Áustria, França, Irlanda e Holanda pediram à União Europeia (UE) para endurecer as leis de forma a conter o impacto ambiental das viagens feitas em jatos particulares.

Num documento conjunto, segundo a agência Reuters, os quatro países disseram que a pegada de carbono per capita "excessiva" das viagens em jatos particulares deve estimular a UE a agir.

"Acreditamos que maior atenção deve ser dada a esta questão ao nível da UE, especialmente avaliando a possibilidade de estabelecer medidas regulatórias mais fortes sobre viagens em jatos particulares para garantir que todos contribuem com a sua parte justa para o esforço geral de descarbonização", refere o documento visto pela Reuters.

Estes países abrigam alguns dos aeroportos mais movimentados da Europa, incluindo o aeroporto Schiphol, em Amsterdão, e o aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.

Recorde-se que Schiphol anunciou, em abril passado, que vai proibir aeronaves particulares e o tráfego de pequenas empresas a partir de 2025/2026, indicando que estes aparelhos causam 20 vezes mais emissões de CO2 do que um voo comercial. Entretanto, França proibiu na semana passada alguns voos domésticos comerciais de curta distância em rotas onde há serviços ferroviários disponíveis.

Os voos de jatos particulares na Europa aumentaram 64% em 2022 e emitiram mais de 5,3 milhões de toneladas de CO2, segundo uma pesquisa realizada pela consultora holandesa CE Delft, encomendada pela associação ambientalista Greenpeace.

Esta é uma fração dos 147 milhões de toneladas de CO2 que todos os voos saindo da UE e Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça emitiram em 2019, de acordo com a Agência de Segurança da Aviação da UE, refere a Reuters.

O setor tem ainda de enfrentar os protestos dos ambientalistas. Recorde-se que, na semana passada, cerca de 100 ativistas ambientais protestaram em Genebra contra a maior feira e exposição de jatos privados na Europa, tendo sido detidos à porta do evento.

Os ministros dos Transportes dos países da UE vão discutir o documento dos quatro países no dia 1 de junho.