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A Exxon Mobil Corp prevê que o petróleo e o gás representarão 54% das necessidades mundiais em 2050 e, como tal, o mundo não irá cumprir o objetivo de conter o aquecimento global abaixo dos 2°C.
O maior produtor de petróleo dos EUA estima que o mundo atinja 25 mil milhões de toneladas métricas de emissões de dióxido de carbono (CO2) relacionadas com a energia em 2050, segundo as suas perspetivas publicadas esta semana, refere a Reuters.
Este valor é mais do dobro dos 11 mil milhões de toneladas métricas que o Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (IPCC) considera que seriam necessárias, em média, nos seus cenários de temperaturas inferiores a 2°C.
"A transição energética está em curso, mas ainda não está a acontecer à escala ou no calendário necessário para alcançar as ambições de zero emissões líquidas da sociedade", afirmou o produtor.
A Exxon produz menos de 3% da procura diária de crude no mundo e, em maio, os seus acionistas rejeitaram por esmagadora maioria os apelos a medidas mais fortes para mitigar as alterações climáticas, sublinha a agência noticiosa. Isto apesar da Agência Internacional da Energia (AIE) afirmar, desde 2021, que é necessário afetar muito mais recursos às tecnologias de energia limpa para se atingir a neutralidade carbónica até 2050.
Apenas duas das 55 tecnologias necessárias para atingir emissões líquidas nulas até 2050 estão "no bom caminho", afirmou a Exxon. Na realidade, a produtora considera que as emissões diminuirão apenas 25% até 2050, à medida que aumentarem as opções de emissões mais baixas, portanto, abaixo dos cenários desejados.
Globalmente, a Exxon prevê que as emissões de CO2 relacionadas com a energia atinjam um pico de mais de 34 mil milhões de toneladas métricas durante esta década, à medida que as economias e a procura de energia cresçam, e depois diminuam para 25 mil milhões de toneladas em 2050.
Segundo a Reuters, a Exxon está a investir 17 mil milhões de dólares, até 2027, em tecnologias de emissões de carbono mais baixas, como o sequestro de carbono e o hidrogénio. A empresa afirma que estas duas tecnologias, que atualmente não são comerciais, são uma promessa significativa para os setores difíceis de descarbonizar.
Ao contrário dos seus pares europeus, a Exxon tem-se mantido afastada de fontes renováveis consolidadas, como a energia eólica e solar. A Exxon prevê que as energias eólica e solar forneçam 11% do abastecimento energético mundial em 2050, ou seja, cinco vezes mais do que a contribuição atual.