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Só eles sabem porque ficaram em casa

Alguns accionistas da Portugal Telecom andam indignados com o que se está a passar na empresa e com o que pode acontecer na PT Portugal. É legítima a preocupação. Mas, no meio das ondas de indignação, pergunto: o que foram aprovando em todas as assembleias-gerais?


Na última reunião de accionistas, realizada a 8 de Setembro, compareceu 46% do capital da PT SGPS. 46%! Nem metade do capital. E deste 98% votou a favor do novo negócio entre PT e Oi. 98%! O novo negócio da Oi era, tão-só, os accionistas da PT ficarem com menos capital na nova Oi e uma opção de compra de acções da empresa, e reaverem os títulos da Rioforte que não foram pagos. Foi isto que os accionistas votaram e aprovaram com larga maioria.

Já em Março deste ano tinham dado luz verde à entrega dos activos da PT (a operação em Portugal e as participações em África e Timor) à Oi. Nessa assembleia esteve 60,9% do capital da PT e a entrega dos activos foi aprovada por 99,87% dos presentes. Nesta reunião, os accionistas da PT - grandes e pequenos - aprovaram que a operação do Meo fosse para o Brasil por 1.750 milhões de euros.

Os accionistas da PT aprovaram este negócio. Não foi feito sem saberem. O que não sabiam, quando tiveram de votar pela primeira vez a fusão, era que a PT tinha colocado 900 milhões de euros em dívida do GES. E o que não sabem é como foram feitas as negociações e as motivações por trás deste negócio. Essas, neste momento, são importantes.

O resto fica para a história. Os accionistas da PT SGPS, que se deram ao trabalho de participar nas assembleias, e salvo raras excepções (que até tentaram fazer ouvir os seus protestos), votaram favoravelmente estas operações. Ou seja, também há responsabilidade de todos os accionistas, grandes e pequenos. Os que foram às assembleias e os que ficaram em casa. Ou os pequenos assumem que a sua força é mínima numa empresa controlada por meia dúzia? 

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