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27 de Setembro de 2016 às 09:44

Quanto mais batem em Trump, mais o eleitorado gosta dele

Em Agosto 2015, o Huffington Post anunciou a sua decisão de cobrir a candidatura de Donald Trump na secção de entretenimento. "Não mordemos o isco. Se está interessado naquilo que Donald tem para dizer, encontrará o que procura ao lado das nossas histórias sobre as Kardashian", justificava o site norte-americano.

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Em Dezembro do mesmo ano, o Huffington Post recuou na decisão, colocando o noticiário sobre Trump na secção de política. O "entertainer" passou a ser o candidato oficial dos republicanos à Casa Branca, que na madrugada desta segunda-feira teve o seu primeiro debate eleitoral televisivo com Hillary Clinton. Trump já não é para rir. Passou a assustar.

A que se deve a sua popularidade? "Ao contrário dos conservadores do 'establishment' que não se atrevem a pegar nas questões nacionais e a falar dos 'deplorables', Trump conseguiu chegar aos homens comuns, em guerra com as elites que os abandonaram", responde Jaime Nogueira Pinto no Diário de Notícias. No Financial Times, Wolfgang Münchau faz notar o efeito "boomerang" que resultou do facto de Hillary classificar metade do eleitorado de Trump como "deplorável". "Quanto mais se insulta o outro lado, mais probabilidades existem de levar os indecisos para lá."

A probabilidade de Trump chegar à Casa Branca é tão grande que o New York Times, em editorial, enumera as razões pelas quais os americanos não devem votar nele. "Os eleitores atraídos pela força da personalidade de Trump devem fazer uma pausa e tomar nota das qualidades que transmite como político: arrogância, um gozo selvagem daqueles que o desafiam comentários degradantes sobre as mulheres, a mentira, generalizações grosseiras sobre nações e religiões. Os nossos presidentes são modelos para as gerações dos nossos filhos. É este o exemplo que queremos para eles?"


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