Opinião
A (falta de) ética viaja de Uber
Em Portugal, a Uber foi proibida. Em França, os taxistas manifestaram-se contra a mesma Uber. Violentamente.
Em Portugal, a Uber foi proibida. Em França, os taxistas manifestaram-se contra a mesma Uber. Violentamente. As notícias dão conta de carros destruídos, pneus incendiados e o bloqueamento das vias de acesso a Paris.
A empresa, que oferece uma alternativa mais barata aos tradicionais táxis, através de uma aplicação para "smartphones", é acusada pelos taxistas de fazer concorrência "selvagem" e "desonesta".
A Uber está na moda entre os consumidores. Pelos preços que pratica e pela qualidade do serviço que fornece. Ganhou uma notoriedade que é inversa à natureza reservada dos seus proprietários.
A Uber singra, aproveitando as brechas de mercado. Não paga impostos e os seus condutores não possuem as licenças que são exigidas aos taxistas. Fugindo às leis de cada mercado, a Uber consegue aumentar a rentabilidade do seu negócio.
A Uber faz parte da chamada economia desmaterializada, conquista fãs e a sua aplicação transformou-se num objecto "trendy". O carácter pioneiro da Uber atraiu investidores, dispostos a financiar a empresa, mesmo que esta não cumpra as regras do jogo dos países onde opera. Até a Google e o Goldman Sachs lá puseram dinheiro. As leis, pelos vistos, são apenas uma minudência para estes investidores. De tal forma que já existem estimativas de que atinja uma valorização de 44 mil milhões de euros, transformando-se na "start-up" mais valiosa de sempre.
Os investidores despreocupam-se e os consumidores também. Usam o serviço, gostam e recomendam. Comportam-se de forma egoística.
Este caso levanta, assim, múltiplas interrogações. Se fosse investidor, com os elementos de que dispõe, aplicaria o seu dinheiro na Uber? Estaria disposto a ganhar dinheiro com uma empresa que não cumpra as obrigações legais no país onde vive? Como consumidor do serviço sente-se, ou não, a ser cúmplice de uma empresa incumpridora? E se, num cenário extremo, o seu condutor tiver um acidente, sabe se enquanto utente está protegido pelo seguro? E pode pedir factura?
O caso Uber remete, assim, o debate para duas áreas de vital importância. Uma delas tem a ver com responsabilidade ética dos investidores. A outra coloca em perspectiva a consciência social dos consumidores. O sucesso da Uber demonstra que, até agora, nenhuma delas tem prevalecido. Porquê?
A empresa, que oferece uma alternativa mais barata aos tradicionais táxis, através de uma aplicação para "smartphones", é acusada pelos taxistas de fazer concorrência "selvagem" e "desonesta".
A Uber singra, aproveitando as brechas de mercado. Não paga impostos e os seus condutores não possuem as licenças que são exigidas aos taxistas. Fugindo às leis de cada mercado, a Uber consegue aumentar a rentabilidade do seu negócio.
A Uber faz parte da chamada economia desmaterializada, conquista fãs e a sua aplicação transformou-se num objecto "trendy". O carácter pioneiro da Uber atraiu investidores, dispostos a financiar a empresa, mesmo que esta não cumpra as regras do jogo dos países onde opera. Até a Google e o Goldman Sachs lá puseram dinheiro. As leis, pelos vistos, são apenas uma minudência para estes investidores. De tal forma que já existem estimativas de que atinja uma valorização de 44 mil milhões de euros, transformando-se na "start-up" mais valiosa de sempre.
Os investidores despreocupam-se e os consumidores também. Usam o serviço, gostam e recomendam. Comportam-se de forma egoística.
Este caso levanta, assim, múltiplas interrogações. Se fosse investidor, com os elementos de que dispõe, aplicaria o seu dinheiro na Uber? Estaria disposto a ganhar dinheiro com uma empresa que não cumpra as obrigações legais no país onde vive? Como consumidor do serviço sente-se, ou não, a ser cúmplice de uma empresa incumpridora? E se, num cenário extremo, o seu condutor tiver um acidente, sabe se enquanto utente está protegido pelo seguro? E pode pedir factura?
O caso Uber remete, assim, o debate para duas áreas de vital importância. Uma delas tem a ver com responsabilidade ética dos investidores. A outra coloca em perspectiva a consciência social dos consumidores. O sucesso da Uber demonstra que, até agora, nenhuma delas tem prevalecido. Porquê?
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