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Vodafone, Fundação de Serralves, Barclays

Antes do fim de semana longo, aqui ficam três breves votos a favor. Voto a favor do anúncio da Vodafone em que um rapaz telefona através do seu portátil. Gosto da fotografia. Ele está genuinamente feliz, mas sem o ar de tolo com que tantas vezes se repres

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A luz forte na cara no ambiente mal iluminado dá um ar de intimidade à chamada telefónica, onde quer que ele esteja – será em casa ou na biblioteca? Pela forma como os livros estão arrumados na estante, parece ser em casa. Este é um jovem de uma casa com livros. A frase "Instale um telemóvel no seu computador" mostra a versatilidade das comunicações actuais. Outros anúncios dizem o contrário: instale um computador no seu telemóvel.

Voto a favor dos anúncios da Fundação de Serralves às suas conferências internacionais Crítica do Contemporâneo. O fundo da imagem é como uma colagem artística dos anos 60. A diferença é que a colagem, hoje, já não se faz com papel mas digitalmente. É antes um "copy-paste-plus". Tem uma multidão que cresce em volta de Martin Luther King, de Winston Churchill e da Estátua da Liberdade com um cravo vermelho na mão em vez do facho de luz. Por detrás dela ergue-se a bandeira da União Europeia. King, em vez de dizer "I have a dream", diz "global warming is your fault". Por trás um edifício ameaçador, esférico, como que rola sobre todos eles, sobre as crianças que despreocupadamente se ocupam numa actividade e sobre nós, observadores. À esquerda, um edifício neoclássico com a fachada na parte de baixo da imagem indica-nos que o mundo está do avesso. Ligando esse edifício do "passado" à esfera apocalíptica está o símbolo do ADN que entretanto leva na sua espiral cinco ovelhas, todas iguais, cinco Dollies todas não-diferentes. A colagem parece perguntar-me: Onde vamos parar? Está o mundo louco?

Sobre esta colagem aparece a resposta, uma caixa do Windows sobrepondo-se pela sexta vez, como só as catastróficas caixas do Windows sabem fazer, com a mensagem "The world experienced a fatal error. Please remain calm and don’t panic". Na caixa, o sinal de perigo encima o nome das conferências internacionais de Serralves. Num outro anúncio, outra caixa do Windows sobrepõe-se à primeira e apresenta o programa das conferências na área política. A mãozinha do "software" está por cima da palavra "accept". Esta mão faz par com a de Luther King: as duas apontam para as caixas com a informação das conferências. Magnífico anúncio, apenas manchado com duas gralhas (!) no nome de Guilherme de Oliveira Martins.

Voto a favor dos anúncios de imprensa e de exteriores do banco Barclays recorrendo ao "trompe l’oeil" das páginas de papel puxadas ao canto. Neste caso "um argumento de peso", a remuneração a 10% da conta ordenado, está transformado numa percentagem dourada, cujo peso puxa por um cabo de aço as páginas seguintes da revista ou jornal ou os anúncios anteriores nos mupis. Este "trompe l’oeil" é velhinho, mas fica sempre bem. Resulta, chama a atenção e o observador não se zanga por ter sido enganado na primeira e ultra-rápida observação do anúncio.

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