Opinião
Uma obra para a história
A Ota aí está, apresentada com pompa e circunstância. É assim que se faz quando se quer impressionar uma opinião pública afastada dos grandes desafios nacionais.
Quem esteve na mediática operação de lançamento do novo aeroporto está naturalmente rendido, por interesses próprios, à sua concretização - facto que não retira valor a uma decisão política com 30 anos de história. No demais, a denominada sessão de esclarecimento público manteve dúvidas essenciais: continua por existir um estudo de impacto económico, bem como um estudo referente aos efeitos sobre o turismo na cidade de Lisboa. Devemos pois valorizar a decisão política. E compreendê-la, numa leitura bondosa. A obstinação de Sócrates parece ter a ver com aquilo que, no seu íntimo, alguns políticos sentem: a ambição de ficar na história, de deixar obra que se veja. No fundo, quase todos têm a aspiração a Duarte Pacheco, mesmo que se fiquem pela placa num fontanário. Sócrates não corre pela placa. Mas não despreza a história.
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