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01 de Julho de 2004 às 13:59

Se algo pode correr mal, corre mesmo...

A história da actual equipa do Ministério das Finanças em relação aos directores-gerais dos Impostos é único. Em pouco mais de dois anos de mandato, Ferreira Leite e a sua equipa da secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais atingiram o impossível: ...

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A história da actual equipa do Ministério das Finanças em relação aos directores-gerais dos Impostos é único. Em pouco mais de dois anos de mandato, Ferreira Leite e a sua equipa da secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais atingiram o impossível: conseguiram sobreviver a três responsáveis máximos pela Administração Fiscal.

A primeira etapa, se não fosse tão grave, até tinha piada. Ferreira Leite disse no Parlamento que a sua primeira medida de combate à fraude e evasão fiscal tinha sido demitir António Nunes dos Reis, então director-geral dos Impostos. A verdade, porém, é que quem se demitiu foi o próprio responsável dos Impostos. E Manuela Ferreira Leite ficou sem a sua primeira medida de combate à fraude.

O passo seguinte foi nomear Armindo Sousa Ribeiro. Na tomada de posse, Ferreira Leite e Durão Barroso fizeram juras de que o combate à fraude e evasão fiscal era a «mãe de todas as guerras» deste Governo. Não foram precisos mais de dois anos. A batalha foi perdida. Armindo Sousa Ribeiro bate com a porta depois de nunca se ter entendido com o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

Mas como não há uma sem duas, nem duas sem três, a equipa das Finanças resolveu apostar forte. Foi ao Millenium BCP buscar um gestor de topo: Paulo Moita Macedo. Para além de um curriculum invejável na gestão e na fiscalidade, o novo responsável dos Impostos recebeu elogios de pessoas insuspeitas como Silva Lopes ou Saldanha Sanches. A aposta parecia ganha. Mas não estava. Uma requisição de legalidade duvidosa foi adiando a tomada de posse do novo responsável. Até que, com a emigração de Durão Barroso, a ministra das Finanças resolve dar posse a Paulo Moita Macedo. Mas às escondidas.

Há uma lei de Murphy que ilustra bem esta história: «Se alguma coisa pode correr mal, vai mesmo correr mal».

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