Opinião
"Pai rico, Pai pobre"
"Pai rico, Pai pobre" é um livro que divide opiniões. Para alguns, conduz à quebra de paradigmas, à alteração de comportamentos e de estratégia pessoal. Para os detractores, trata-se de mera "banha da cobra", com maus conselhos e exemplos...
"Pai rico, Pai pobre" é um livro que divide opiniões. Para alguns, conduz à quebra de paradigmas, à alteração de comportamentos e de estratégia pessoal. Para os detractores, trata-se de mera "banha da cobra", com maus conselhos e exemplos discutíveis.
O livro, pretensamente auto-biográfico, conta como a educação do autor foi influenciada por dois "pais" muito diferentes. O pai biológico, "pobre", era um homem culto, professor universitário e que, apesar de bem pago, estava constantemente com problemas financeiros. Já o outro "pai" foi o seu mentor na área dos negócios. Homem com pouca formação, mas muito sensato, que compreendia como fazer o dinheiro trabalhar por si. Esse "pai rico" ensinou o autor a não ficar preso na "armadilha do dinheiro".
Destacam-se duas mensagens essenciais: o medo impede os indivíduos de concretizar o seu potencial e a iliteracia financeira conduz a uma vida de pobreza. Para o autor, o actual processo educativo orienta-nos para trabalhar pelo dinheiro, o que conduz ao medo e a arriscar menos - os indivíduos passam a participar na "corrida dos ratos". No que à literacia financeira diz respeito, vale a pena destacar as noções de Activo e Passivo, diferentes da abordagem contabilística tradicional: "Activos" geram rendimento e "Passivos" geram despesa. O objectivo é ter activos capazes de gerar um rendimento superior às despesas correntes, o que resulta num corolário pouco apelativo, mas pertinente: em cada momento é necessário viver um patamar abaixo das possibilidades.
O livro tem interesse até ao 4º capítulo. A partir daí o autor dispersa-se e passa para um registo ultra-liberal, numa cruzada contra o governo, funcionários públicos e educação . A crítica mais relevante que se pode fazer a "Pai rico, Pai pobre" está precisamente na forma como se desvaloriza a formação e a educação, e pela abordagem grosseira a alguns temas.
Autor: Robert Kiyosaki e Sharon Lechter
Editora e Data: Business Plus (Abril de 2000)
Frase: “Os ricos adquirem activos e os pobres e classe média adquirem obrigações”
Palavras Chave: “CorridadosRatos”; “Medo”; “Activo/Passivo”; “Sociedade Anónima”;
Apreciação: ***
*Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
filipegarcia@gmail.com
O livro, pretensamente auto-biográfico, conta como a educação do autor foi influenciada por dois "pais" muito diferentes. O pai biológico, "pobre", era um homem culto, professor universitário e que, apesar de bem pago, estava constantemente com problemas financeiros. Já o outro "pai" foi o seu mentor na área dos negócios. Homem com pouca formação, mas muito sensato, que compreendia como fazer o dinheiro trabalhar por si. Esse "pai rico" ensinou o autor a não ficar preso na "armadilha do dinheiro".
O livro tem interesse até ao 4º capítulo. A partir daí o autor dispersa-se e passa para um registo ultra-liberal, numa cruzada contra o governo, funcionários públicos e educação . A crítica mais relevante que se pode fazer a "Pai rico, Pai pobre" está precisamente na forma como se desvaloriza a formação e a educação, e pela abordagem grosseira a alguns temas.
Autor: Robert Kiyosaki e Sharon Lechter
Editora e Data: Business Plus (Abril de 2000)
Frase: “Os ricos adquirem activos e os pobres e classe média adquirem obrigações”
Palavras Chave: “CorridadosRatos”; “Medo”; “Activo/Passivo”; “Sociedade Anónima”;
Apreciação: ***
*Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
filipegarcia@gmail.com
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