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16 de Março de 2012 às 11:52

O Pin da EDP

Eu já estava desconfiado que o secretário de Estado não pertencia ao grupo dos que estão para durar.

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Eu já estava desconfiado que o secretário de Estado não pertencia ao grupo dos que estão para durar. Reparei, nas fotos que vi, que ele não usava o pin de Portugal. Quer dizer que para Eles, ele não era importante. Posso estar enganado. Se calhar, as razões para não usar o pin com a bandeira do país, eram de natureza estritamente pessoal. Provavelmente, o ex-secretário de Estado tinha vergonha de usar a bandeira portuguesa ao peito e ir para as reuniões com a EDP.

Vou só abrir um parêntesis no tema de hoje para vos dizer como aquela pequena bandeirinha na lapela me irrita. Tinha que desabafar isto com alguém. Parece uma seita. Com as suas bandeiras que parecem brindes de bolo-rei. Pensar que, uma manhã destas, o ministro da Economia, quando vai para se despedir da mulher, descobre que lhe falta o pin de Portugal - "Eu não posso sair sem o pin! Vou levar falta de material a vermelho! Deve estar caído lá no quarto! O miúdo esteve a brincar com ele e com os gormitis a invadir Portugal!".

Desde que ouvi Carlos Moedas dizer "estamos a criar economia", estou convencido que o pin com a bandeira de Portugal estupidifica as pessoas - é uma espécie de pulseira "power balance" que aumenta a capacidade de dizer baboseiras. Regressemos ao tema secretário de Estado da energia que não era Duracell.

O primeiro-ministro veio esclarecer a demissão do secretário: "o secretário de Estado da Energia saiu por razões de natureza pessoal". Obviamente, são de "natureza pessoal" porque lá em casa é ele que paga a luz. O que vale é que Henrique Gomes não é nome que mexa com os mercados.

Passos Coelho, que tem fama de não mentir aos portugueses, podia ter feito um esforço para ficar mais perto da verdade. Podia ter dito, por exemplo: "o secretário de Estado da Energia chumbou no exame de Mandarim". Dizer que o que se passou foi por razões pessoais é um conto de fadas, pouco próprio de quem não gosta de fugir à realidade. E já não funciona, porque ninguém acredita. Os portugueses já levaram tantos banhos de realidade que estão a ficar especialistas em perceber o que são contos de fadas e histórias da carochinha. Por isso é que, ao contrário dos contos de fadas, isto não vai acabar bem.

Esta demissão do secretário de Estado da Energia prova que é falso o que os jornais disseram na altura da constituição deste governo: afinal, Catroga aceitou o cargo de ministro da Economia. Só ele tinha poder para fazer rolar esta cabeça.

Entretanto, o novo secretário de Estado da Energia é filho do secretário-geral da Associação Nacional dos Municípios. Valha-me Deus! Espero que não saia ao pai ou ainda vamos ter rotundas nos contadores de luz.



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