Opinião
Entrevista com Deus - Especial Dia Mundial do Ambiente
Fazer universos é uma chatice porque não dá para fazer dois iguais, ou levas uma talhada da SPA. No fundo, Deus é uma espécie de Walt Disney. Cada universo que crio é um parque temático.
Negócios: Esta semana, festejámos o Dia Mundial do Ambiente, bem como o Dia Mundial dos Oceanos, por isso nada como entrevistarmos aquele que é o criador disto tudo. Olá, Deus. Lembra-se de ter tido a ideia de criar o universo?
Deus: Olá, é um prazer estar aqui e em todo o lado ao mesmo tempo. Por acaso, lembro-me. Estava sem nada para fazer e dei por mim a pensar: olha, deixa-me cá ir à net. Mas não havia net. Pensei: ui, tu queres ver que me cortaram a net. Mas não. Era eu que ainda não tinha inventado nada. Por isso, decidi criar um universo, a ver o que acontecia.
Neg: E foi assim tão fácil?
Deus: Sim. Quer dizer, ainda fui ver se havia subsídios para quem quer criar universos, mas nada. Tive de fazer tudo do meu bolso. E depois a malta da agropecuária ainda se queixa.
Neg: E foi rápido?
Deus: Levei para aí uma semana. Podia ter levado menos tempo, mas no princípio havia uma escuridão enorme sobre todas as coisas, por isso tive de trabalhar à base das apalpadelas. Foi então que percebi que faltava a luz.
Neg: Foi quando inventou a luz?
Deus: Exacto. Fiz a luz e as rendas da EDP! Quando a luz veio, foi uma surpresa. Não fazia ideia de que o universo era um T3 e, finalmente, encontrei as meias que me tinham desaparecido. Vocês têm de perceber que isto de fazer o universo é bastante semelhante a fazer obras em casa. A primeira coisa é a electricidade. Sem luz, não dá para instalar os aparelhos, etc.
Neg: Mas não ficou por aí.
Deus: Não. Comecei a ficar com a síndrome do autarca. Já só me apetecia fazer mais obras e resolvi pôr um firmamento. Era para ter posto um firmamento todo em porcelana, mas o orçamento era uma loucura. Pouca gente sabe que aquilo é tudo em contraplacado. Daqui por mais oito biliões de anos, por causa das águas e da humidade, o firmamento vai começar a ficar baço e a dar de si, mas não dava para tudo.
Neg: Mas também entretanto, nós temos ajudado a estragar um bocado o nosso planeta. Enchemos os oceanos de plástico, poluímos o ar.
Deus: Sim, é verdade. Mas o vosso planeta já não era grande coisa. Aqui para nós, eu tinha um orçamento muito reduzido e gastei quase tudo a fazer Neptuno.
Neg: Como assim?
Deus: Por exemplo, para o vosso planeta ficar bem feito, eu precisava de ter terraplanado tudo e depois é que mandava pôr as placas tectónicas, com uns caixilhos em alumínio. Ficava mais feio, mas evitava que andassem a bater umas nas outras e a fazer terramotos. A terra precisava de uma marquise em alumínio.
Neg: Se pudesse voltar atrás, o que é que mudava no mundo?
Deus: Nada. Fazer universos é uma chatice porque não dá para fazer dois iguais, ou levas uma talhada da SPA. No fundo, Deus é uma espécie de Walt Disney. Cada universo que crio é um parque temático. Vocês não imaginam um universo que eu fiz com pão ralado. Não façam esse ar de superioridade. É um mundo muito melhor do que o vosso. As pessoas de Pão Ralado são felizes. Só quem já foi panado sabe do que estou a falar.
Oceanos de plástico
1. 45% dos alunos do segundo ano do ciclo não conseguiram situar Portugal no mapa da Europa - e 25 % tiveram de andar vários quilómetros a pé e quase não davam com a escola.
2. António Vitorinoacumula Assembleia Geral da EDP com consultoria ao banco da OPA lançada à EDP pelos chineses da CTG - isto pode dar curto-circuito?
3. O primeiro-ministro português, António Costa, disse que o guarda-redes Rui Patrício é "uma marca extraordinária" do futebol em Portugal e que "merece o carinho" de todos - excepto quando defende um remate do Jonas e o PM o insulta baixinho na bancada do SLB.
4. A Selecção portuguesade futebol foi recebida pelo Presidente da República - Marcelo Rebelo de Sousa alinhou na publicidade de uma conhecida marca de cervejas e optou por fazer o mesmo discurso que tinha feito antes do Euro 2016, para voltar a dar sorte.
5. 55% das crianças do segundo ano do ciclo não conseguem saltar bem à corda - são as que passaram o tempo todo a estudar geografia para saber onde fica Portugal.