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O País não pode descurar o Marketing

Na semana passada o "Financial Times" escreveu duas vezes sobre Portugal. Das duas foi pouco simpático.

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Na semana passada o "Financial Times" escreveu duas vezes sobre Portugal. Das duas foi pouco simpático. Primeiro no artigo "Portugal yields jump on Default fears", depois no artigo "Portuguese debt looms over Europe", este do influente Tony Barber.

Ontem o "FT" voltou ao País com "Lisbon's labours"… e logo na "editorial section". Só que o artigo de ontem era totalmente diferente dos anteriores: elogiava o programa de ajustamento (paz social, implementação das medidas da troika, reformas estruturais, etc) e, mais importante, "recomendava" à troika novo pacote de ajuda se os mercados não nos financiarem a partir de 2013.

O que aconteceu entre a semana passada e hoje? A ida do ministro das Finanças a Londres, onde, além da palestra na London School of Economics, teve encontros com investidores e com jornalistas do "FT" (o artigo "denuncia" detalhes que Vítor Gaspar utiliza nas conversas privadas com jornalistas...).

Quem conhece o "FT", que com o "WSJ" é uma das bíblias do mundo financeiro, sabe que não é sensível a pressões (fretes). Mas há uma diferença entre pressionar e informar. Os jornalistas internacionais que escrevem sobre nós não conhecem em detalhe a situação da nossa economia. E olham só para a frieza dos números. É por isso que o Governo não pode descurar o marketing. Até para capitalizar o prestígio de Gaspar nos círculos financeiros.

Quando Sócrates era primeiro-ministro usava e abusava do marketing… sem nada para mostrar. Este governo faz o oposto… mesmo tendo substracto. Nem tanto ao mar nem tanto à terra: artigos como este fazem mais pela reputação do País do que a lenga-lenga das cimeiras europeias.


camilolourenco@gmail.com
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