Opinião
Nuno Correia: «O estado dos mercados»
As recentes semanas foram caracterizadas por vendas maciças, e consequente desvalorização de empresas relacionadas com o sector das TMT´s arrastando os mercados no seu todo para terrenos negativos em relação ao início do ano.
É justo afirmar que as empresas de tecnologia europeias têm sido um espelho da má «performance» das suas congéneres cotadas no NASDAQ e, nas últimas semanas, as empresas de telecomunicações europeias demonstraram alguma resistência à queda.
Media e telecomunicações tiveram a pior «performance», desvalorizando o dobro da média dos mercados enquanto as tecnológicas conseguiram recuperar dos seus mínimos. Esta situação não é função de uma degradação dos fundamentais do sector mas simplesmente um efeito de contracção nos múltiplos utilizados para medir o valor destas empresas.
No entanto, o valor do sector de equipamentos para empresas de telecomunicações tem-se mantido extremamente positivo, onde temos vindo a assistir a um posicionamento, cada vez mais forte, por parte de investidores em empresas como a Ericsson, que tem vindo a liderar a guerra tecnológica dos telefones de terceira geração e apresta-se a ter mais de 50% deste novo mercado, onde as margens são necessariamente maiores.
A dimensão do abanão que as empresas de TMT´s têm vindo a sofrer nas últimas semanas é importante pela sua ausência de elevada liquidez, pelo seu período de duração e pela velocidade de degradação dos respectivos índices.
Fora do sector das TMT´s assistimos a um contínuo interesse por parte dos investidores em empresas de sectores defensivos e sectores relacionados com taxas de juro (farmacêuticas, bens de consumo não cíclicos, seguros Vida, energia, «utilities» e alimentação e bebidas) em detrimento dos sectores de crescimento (TMT) e do sector das cíclicas.
Portanto, mantenha-se atento, existem sempre boas oportunidades de compra nos mercados. Nunca esqueça que consoante o clima macro-económico e emocional em que os mercados se movimentam, a regra básica é capacidade para perceber e antecipar os movimentos de deslocação de aplicações em acções de um sector para outro ou de uma empresa para outra.
Tome nota: Swiss Re, Zurich Allied, Novartis, VIAG, British Gas, Centrica, Total, Royal Dutch, Repsol e Nestlé têm sido o refúgio para a tormenta que teima em não passar.
Nuno Correia é Director da DB Corretora