Há dias a Dow Jones VentureSource divulgou dados interessantes sobre o destino do capital de risco no mundo. O primeiro lugar é ocupado pelos Estados Unidos, seguido da Europa (1,53 mil milhões de dólares) e da China (719 milhões de dólares).

Até aqui nada de novo. Mas depois começam as surpresas. Em quarto lugar aparece Israel com 572 milhões de dólares e em quinto a Índia com 99 milhões de dólares.

Estranho: um país com escassos recursos naturais, na zona mais instável do planeta, intromete-se numa luta entre grandes potências do globo, duas delas na vanguarda do crescimento económico mundial? Com a agravante de ter apenas sete milhões de habitantes contra 1,3 mil milhões da China e 1,1 milhões da Índia…

Para nós, que estamos sempre à procura de explicações para o nosso fracasso na captação de investimento estrangeiro, dá jeito saber o que faz de Israel um destino tão cobiçado. A resposta é desconcertantemente simples: Justiça (célere) e Ensino (mão-de-obra qualificada).

As mesmas razões que há uns anos Madalena Torres, então administradora do ICEP, dizia serem as principais razões que guiavam os investidores estrangeiros nas suas decisões. As leis laborais apareciam, invariavelmente, na terceira ou quarta posições. Se assim é, como explicar tanto desperdício de energia a mudar o Código do Trabalho (ainda para mais com alterações de pequena monta)?