Opinião
Educação, alimentação e saúde
Há áreas onde o Estado não pode poupar: a educação, a alimentação e a saúde. Todas elas só têm resultados a longo prazo, e ninguém está disposto a apresentar e consensualizar uma estratégia, a pelo menos 10 anos, em que independentemente dos blocos ou ciclos governativos, o guião seja respeitado.
Na educação, urge uma intervenção estrutural no modelo de ensino. O que se aprende nas escolas e universidades, e a forma como se aprende, está cada vez mais desalinhado com o futuro, um futuro que "acontece cada vez mais rápido".
As novas gerações já são "digitais", e o que elas irão enfrentar, quando chegarem ao mercado de trabalho, será uma economia e um mercado ainda mais digital e globalizado. O ensino está desajustado com as necessidades futuras, que cada vez mais são as necessidades presentes.
Urge que as estruturas de ensino evoluam e se adaptem rapidamente, fazendo chegar em tempo útil a evolução tecnológica, e o novo conhecimento, aos conteúdos curriculares através da sua atualização e da formação continua dos seus professores.
Se nada se fizer neste sentido, iremos hipotecar o futuro dos nossos filhos, pois em termos de empregabilidade, não conseguiremos ter oferta qualificada para a procura, e não teremos procura para a oferta que estamos a formar.
Na alimentação, o consenso de que esta tem um impacto relevante na qualidade e esperança de vida da população, tornou-se algo inquestionável. O que é preocupante é não termos, por parte do Estado, políticas que estejam alinhadas com esta consciencialização coletiva.
Os hábitos alimentares, bons ou maus, constroem-se durante anos, geração a geração, pelo que o Estado não pode querer corrigir por decreto, através de penalização fiscal, aquilo que demora anos a ser construído de forma sustentável, com prejuízo dos consumidores, e com prejuízo daqueles que mais têm investido na busca da solução, e que deve começar exatamente nas crianças, que irão criar, a prazo, os hábitos alimentares do futuro…
Não podemos continuar a servir refeições nas cantinas das escolas, que representam em média 20% da alimentação das nossas crianças, nos hospitais ou noutras instituições da responsabilidade do Estado, em que o primeiro critério é o baixo custo, e não a qualidade e equilíbrio nutricional, agravado pelo facto do preço imposto aos operadores do setor, evidenciar falta de sensibilidade e de uma estratégia de longo prazo.
Tornou-se inquestionável, que grande parte dos custos com a saúde, suportados pelo Estado, resultam de maus hábitos alimentares. Investir na alimentação, é investir preventivamente na saúde e na qualidade de vida dos portugueses.
O problema é que investir na alimentação numa lógica preventiva, só tem retorno passado décadas, e quem o fizer hoje, já cá não estará para recolher os créditos…
Há áreas em que a prazo, poupar pode ser fatal.
Estamos sempre a tempo de mudar!
Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
No âmbito do 20º aniversário do Negócios, pedimos um artigo a várias personalidades sobre ideias para o futuro de Portugal.
As novas gerações já são "digitais", e o que elas irão enfrentar, quando chegarem ao mercado de trabalho, será uma economia e um mercado ainda mais digital e globalizado. O ensino está desajustado com as necessidades futuras, que cada vez mais são as necessidades presentes.
Se nada se fizer neste sentido, iremos hipotecar o futuro dos nossos filhos, pois em termos de empregabilidade, não conseguiremos ter oferta qualificada para a procura, e não teremos procura para a oferta que estamos a formar.
Na alimentação, o consenso de que esta tem um impacto relevante na qualidade e esperança de vida da população, tornou-se algo inquestionável. O que é preocupante é não termos, por parte do Estado, políticas que estejam alinhadas com esta consciencialização coletiva.
Os hábitos alimentares, bons ou maus, constroem-se durante anos, geração a geração, pelo que o Estado não pode querer corrigir por decreto, através de penalização fiscal, aquilo que demora anos a ser construído de forma sustentável, com prejuízo dos consumidores, e com prejuízo daqueles que mais têm investido na busca da solução, e que deve começar exatamente nas crianças, que irão criar, a prazo, os hábitos alimentares do futuro…
Não podemos continuar a servir refeições nas cantinas das escolas, que representam em média 20% da alimentação das nossas crianças, nos hospitais ou noutras instituições da responsabilidade do Estado, em que o primeiro critério é o baixo custo, e não a qualidade e equilíbrio nutricional, agravado pelo facto do preço imposto aos operadores do setor, evidenciar falta de sensibilidade e de uma estratégia de longo prazo.
Tornou-se inquestionável, que grande parte dos custos com a saúde, suportados pelo Estado, resultam de maus hábitos alimentares. Investir na alimentação, é investir preventivamente na saúde e na qualidade de vida dos portugueses.
O problema é que investir na alimentação numa lógica preventiva, só tem retorno passado décadas, e quem o fizer hoje, já cá não estará para recolher os créditos…
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