Opinião
À descoberta do novo Moçambique
Moçambique é um país pobre. O país ocupa o 4º pior índice de desenvolvimento humano do mundo e 55% da população vive em estado de pobreza.
Moçambique é um país pobre. O país ocupa o 4º pior índice de desenvolvimento humano do mundo e 55% da população vive em estado de pobreza. Para agravar a situação, verifica-se que, nos últimos anos, não se têm registado grandes progressos no combate à pobreza. Com cerca de 80% da população a viver dos rendimentos do sector primário, o combate à pobreza e a segurança alimentar para as populações moçambicanas passa inevitavelmente pelo aumento de produtividade do sector, sendo este, segundo o governo, um dos objectivos políticos prioritários e onde o IDE é muito bem acolhido pelas autoridades.
Trata-se no entanto de um mercado de oportunidades crescentes, de uma economia em crescimento acelerado onde as oportunidades têm vindo a multiplicar-se.
Moçambique integra o grupo restrito de 10 países do mundo que, ao longo dos últimos 10 anos tem registado um crescimento económico muito rápido.
As exportações têm vindo a aumentar, o investimento estrangeiro atinge níveis inimagináveis e a procura interna não cessa de crescer, com a inflação a situar-se no patamar nos 6%.
Os 7,5% de crescimento previsível do PIB em 2012 (Banco de Moçambique) e um consensual optimismo em relação ao crescimento nos próximos anos são, para a maioria das instituições e agencias internacionais que observam a economia moçambicana, uma realidade que faz com que Moçambique comece a ser olhado como um dos países mais dinâmicos e atractivos do mundo.
O dinamismo da actividade económica é transversal a todos os sectores de actividade, destacando-se, contudo, o contributo de sectores estratégicos como dos recursos hídricos, exploração mineira e de gás natural que potenciam taxas de crescimento expressivas da economia.
Não pode deixar de se realçar, o impacto do sector dos transportes que está agora sob grande pressão para responder às necessidades criadas pelas primeiras operações de exportação de carvão com utilização da linha ferroviária do Sena e exportação pelo porto da Beira (ambas as infra-estruturas mais do que limitadas para a procura a que estão a ser sujeitas) e para satisfazer as necessidades dos países vizinhos.
A melhoria e ampliação da rede de transportes ferroviários e os investimentos nos portos e aeroportos que irão servir os corredores de Nacala, Beira e Maputo vão alterar a geografia de Moçambique. Tudo isto terá de ser feito nos próximos 5 anos tendo em atenção o elevado número de companhias estrangeiras já instaladas na exploração do carvão, fosfatos, areias pesadas e no sector dos hidrocarbonetos.
Por outro lado o país está a fazer um grande esforço para que sejam criadas as condições internas para a sustentabilidade do seu próprio crescimento numa altura em que o mercado não consegue acompanhar e dar resposta às solicitações induzidas pelos inúmeros grandes projectos e investimento em curso.
Neste contexto, o turismo, hotelaria e lazer, o sector agrícola, a construção e alguns sectores de apoio, com destaque para o sector financeiro, serviços informáticos e telecomunicações estão também a tentar acompanhar a procura crescente de bens e serviços.
Assente em projectos estruturados de longo prazo, este novo Moçambique pode vir a constituir-se como um polo estratégico para as empresas portuguesas face à nova realidade internacional que passa inevitavelmente por África.
A par com Angola, cada vez com maior expressão Moçambique poderá passar pela estratégia de internacionalização por parte das empresas portuguesas que poderão utilizar estes países como plataforma de investimentos no mercado da SADC (200 milhões de consumidores).
Para as empresas portuguesas que saibam montar uma estratégia empresarial alicerçada na realidade moçambicana, com projectos de longo prazo, Moçambique é "maningue nice"!
Nota: Frederico Lehrfeld escreve de acordo com a ortografia vigente em Moçambique
Economista
Trata-se no entanto de um mercado de oportunidades crescentes, de uma economia em crescimento acelerado onde as oportunidades têm vindo a multiplicar-se.
As exportações têm vindo a aumentar, o investimento estrangeiro atinge níveis inimagináveis e a procura interna não cessa de crescer, com a inflação a situar-se no patamar nos 6%.
Os 7,5% de crescimento previsível do PIB em 2012 (Banco de Moçambique) e um consensual optimismo em relação ao crescimento nos próximos anos são, para a maioria das instituições e agencias internacionais que observam a economia moçambicana, uma realidade que faz com que Moçambique comece a ser olhado como um dos países mais dinâmicos e atractivos do mundo.
O dinamismo da actividade económica é transversal a todos os sectores de actividade, destacando-se, contudo, o contributo de sectores estratégicos como dos recursos hídricos, exploração mineira e de gás natural que potenciam taxas de crescimento expressivas da economia.
Não pode deixar de se realçar, o impacto do sector dos transportes que está agora sob grande pressão para responder às necessidades criadas pelas primeiras operações de exportação de carvão com utilização da linha ferroviária do Sena e exportação pelo porto da Beira (ambas as infra-estruturas mais do que limitadas para a procura a que estão a ser sujeitas) e para satisfazer as necessidades dos países vizinhos.
A melhoria e ampliação da rede de transportes ferroviários e os investimentos nos portos e aeroportos que irão servir os corredores de Nacala, Beira e Maputo vão alterar a geografia de Moçambique. Tudo isto terá de ser feito nos próximos 5 anos tendo em atenção o elevado número de companhias estrangeiras já instaladas na exploração do carvão, fosfatos, areias pesadas e no sector dos hidrocarbonetos.
Por outro lado o país está a fazer um grande esforço para que sejam criadas as condições internas para a sustentabilidade do seu próprio crescimento numa altura em que o mercado não consegue acompanhar e dar resposta às solicitações induzidas pelos inúmeros grandes projectos e investimento em curso.
Neste contexto, o turismo, hotelaria e lazer, o sector agrícola, a construção e alguns sectores de apoio, com destaque para o sector financeiro, serviços informáticos e telecomunicações estão também a tentar acompanhar a procura crescente de bens e serviços.
Assente em projectos estruturados de longo prazo, este novo Moçambique pode vir a constituir-se como um polo estratégico para as empresas portuguesas face à nova realidade internacional que passa inevitavelmente por África.
A par com Angola, cada vez com maior expressão Moçambique poderá passar pela estratégia de internacionalização por parte das empresas portuguesas que poderão utilizar estes países como plataforma de investimentos no mercado da SADC (200 milhões de consumidores).
Para as empresas portuguesas que saibam montar uma estratégia empresarial alicerçada na realidade moçambicana, com projectos de longo prazo, Moçambique é "maningue nice"!
Nota: Frederico Lehrfeld escreve de acordo com a ortografia vigente em Moçambique
Economista