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Opinião
10 de Outubro de 2007 às 13:59

A Visão é tudo!

Dizia o poeta, que o sonho comanda a vida. Poucas vezes pensamos em como isso é verdade, como tudo começa por ser um sonho na cabeça de alguém. Alguém que mesmo com todas as indicações do contrário, com todas as verdades inconsequentes do senso comum cont

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Tudo o que virá a seguir, será dos que conseguem sonhar os impossíveis. Dos que sabem o que querem no fim. Dos que têm a força para acreditar e levar o seu sonho para a frente.

Muitas pessoas falam da importância da visão, mas realisticamente, muito poucos praticam. Um dos maiores pecados dos portugueses é exactamente esse: a falta de visão.

Qual de nós pode responder o que quer ser? Para onde caminhamos todos, como nação e como indivíduos? O que queremos ser exactamente? Queremos dar os passos no caminho certo, mas nem sabemos para onde queremos, realmente, ir.

Embora o espírito aventureiro seja uma das nossas principais características, temos de reconhecer que o mundo já foi todo descoberto e que mesmo que tenhamos sido dos primeiros, isso não abona nada a nossa situação actual. Não soubemos, ou não conseguimos, aproveitar a nossa condição de descobridores, não interessam realmente as razões.

Temos a felicidade de estar localizados geograficamente na Europa, porque se estivéssemos em qualquer outro parte do planeta, estaríamos, certamente, pior do que estamos.

Continuamos à espera do D. Sebastião, que virá na manhã de nevoeiro. Continuamos à espera que nos indiquem o caminho e continuamos à espera que as coisas mudem. Mas como disse Andy Warhol, “julgamos que é o tempo que faz as coisas mudarem, mas na realidade temos de ser nós a mudá-las”.

Esta citação é muito poderosa, porque significa que nada está determinado, que podemos mudar o que não gostamos.

Quem acredita que tudo está predeterminado e que não há outra hipótese senão rendermo-nos ao nosso destino (outra característica muito portuguesa), devia visitar o Dubai.

O Dubai é um emirado. Fica no Médio Oriente. A população nativa é muçulmana, na sua maioria. Muitas mulheres andam tapadas na rua. Todas estas características seriam suficientes para o catalogar junto dos outros países árabes que vemos nos noticiários.

No entanto, o Dubai é diferente. É moderno, vibrante, tem um crescimento impressionante e tudo tem movimento. A construção civil neste país é qualquer coisa de avassaladora. Tem, desde há uns dias, o edifício mais alto do mundo e ainda não está terminado. Fizeram ilhas em forma de palmeiras, onde antes apenas existia mar. Construíram tudo isto onde antes apenas existia deserto. Onde não havia água, foram buscá-la ao oceano.

Têm uma economia vibrante, onde apenas 10% do produto interno deriva do petróleo. Está num local ideal para servir de ponte entre a Europa, o Norte de África e a Ásia. Têm uma percentagem de imigrantes muito elevada, onde 85% da população residente é proveniente de outros países. E são mesmo de todas as nacionalidades, a trabalharem juntos e a transformarem o Dubai naquilo que é hoje e no que será amanhã.

Tudo isto, derivado de uma visão. De um homem que disse um dia, deste deserto nascerá uma cidade: moderna, cosmopolita, com possibilidades ilimitadas. Onde nada será considerado como sendo demasiado grande, demasiado ambicioso, demasiado “impossível”. É um pouco desta visão que nos falta. Se o Dubai surgiu do deserto e se transformou num caso de sucesso por que razão Portugal, um país à beira mar plantado e com um clima único não consegue vencer todas as barreiras com que se depara? Quando desenvolvemos inovações tecnológicas como a via verde e os cartões pré-pagos e temos empresas nacionais reconhecidas internacionalmente pelo seu know-how e competências o que nos falta, efectivamente, é ter orgulho de sermos Portugueses e levar essa convicção além fronteiras.

A visão é tudo. Qual é a nossa visão, afinal

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