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10 de Dezembro de 2003 às 19:58

A Poluição, o Protocolo de Kyoto e o incumprimento do Pacto de Estabilidade

A NASA tornou públicas várias imagens "http://www.gsfc.nasa.gov/gsfc/earth/terra/co.htm" onde podemos observar o movimento da poluição e dos contaminantes atmosféricos no nosso planeta.

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A NASA tornou públicas várias imagens "http://www.gsfc.nasa.gov/gsfc/earth/terra/co.htm" onde podemos observar o movimento da poluição e dos contaminantes atmosféricos no nosso planeta. Através destes dados experimentais encontramos que a poluição atmosférica atravessa Continentes e transpõe os Oceanos, tornando-se num fenómeno Global que atinge, em maior ou menor grau, todos os Países do Mundo mas com especial incidência nos países do Hemisfério Norte.

As imagens por satélite da poluição atmosférica não são exclusivas dos Estados Unidos, também a União Europeia com o projecto EUROTRAC-2 "http://www.gsf.de/eurotrac/" segue atentamente o movimento das nuvens poluidoras que são geradas num determinado País e afectam, primordialmente, todos os países da região circundante. Realcemos que neste projecto Europeu de importância Mundial participa a Universidade de Aveiro pelo Departamento de Ambiente e Ordenamento.

Uma das conclusões destes programas de investigação foi que a principal causa responsável pela emissão dos poluentes mais distribuídos na atmosfera é a grande afluência de tráfego e as condições de condução nas cidades. Logo um dos resultados mais conhecidos do projecto EUROTRAC-2 é o gráfico da distribuição da poluição do NO2 (ou dióxido de azoto). Este gás é o percursor da maioria dos ciclos oxidativos que ocorrem na atmosfera. O dióxido de azoto resulta essencialmente da oxidação do óxido de azoto emitido pelos escapes dos automóveis e desempenha um papel importante na formação de oxidantes fotoquímicos como o ozono. Estes dois poluentes provocam um efeito nefasto na saúde pública e nos ecossistemas a partir de determinadas concentrações que são, infelizmente, frequentes na Europa Central.

Por outro lado nestes últimos dias os Meios de Comunicação confirmaram que a Rússia não vai assinar o Protocolo de Quioto (ou "Kyoto") juntando-se a outros países do Terceiro Mundo (Como a China e a Índia) que não são obrigados a cumprir este Protocolo. Pela sua vez o maior poluidor do Mundo, os Estados Unidos da América, já tinha anunciado que não cumprirá este Protocolo de Kyoto que pretende reduzir a poluição atmosférica Global.

Assim, somente a União Europeia e o Japão ficam para cumprir este Protocolo que vai beneficiar toda a Humanidade e todo o Ecossistema Mundial. Mas dentro da União Europeia encontramos críticas e análises alarmantes pelo facto de serem os países Europeus da Bacia do Mediterrâneo (e estes liderados pela Espanha) os que prevêem ter os maiores custos económicos associados ao cumprimento do Protocolo de Kyoto. Custos estes que já estão estimados na ordem de 1 a 5% do Orçamento anual dos respectivos Estados.

Por outro lado, estes países europeus depois de verem como foi incumprido o Pacto de Estabilidade na zona EURO pela França e pela Alemanha não vão querer ser eles a pagar à União Europeia, nem aos países do centro e norte de Europa, qualquer incumprimento no Protocolo de Kyoto.

O próprio governo da Alemanha depois de ultrapassar o Pacto de Estabilidade (e que foi originalmente proposto por ele) está a sentir dificuldades para reduzir a poluição atmosférica até os valores máximos determinados no Protocolo de Kyoto devido, em parte, ao fecho programado das Centrais Nucleares.

Podemos concluir que tanto a poluição atmosférica como os resíduos nucleares são problemas Globais que deveriam ser resolvidos por consensos mundiais. Mas na dita "Real Politik" os consensos Mundiais não existem a não ser em situações dramáticas e no limite do humanamente aceitável.

Manuel Peres Alonso,

Investigador Doutorado na Universidade Técnica de Lisboa

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