Opinião
A opção de Freitas do Amaral
Agora que dispõe de todos os elementos – Cavaco Silva é candidato – Freitas do Amaral está obrigado a divulgar a sua opção. Não é fácil a posição do ministro de José Sócrates.
Fez-se na direita, afirmou-se equidistante dos dois pólos vigorantes na sociedade portuguesa, desaguou num governo socialista, para espanto e escárnio daqueles que nunca aceitaram o seu trajecto. De permeio andou de braço dado com o seu adversário histórico, precisamente aquele que agora lhe usurpa o lugar desejado, Mário Soares. Vinte anos depois de uma luta política fascinante e provavelmente única, Freitas fez tudo para ser compensado. A esquerda, o PS de Sócrates, não foi capaz de tão inusitada magnanimidade. Por tudo isto, a sua posição em relação às presidenciais tem um valor simbólico. Apoiar Soares poderá ser uma tentação – não foi por mera cortesia que o candidato oficial do PS se deslocou ao Palácio das Necessidades; escolher Cavaco significará a retribuição do apoio recebido em 1985, sem o qual Freitas não teria vivido o seu momento político. É óbvio que esta opção implicaria, em coerência, a sua saída do Governo.
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