Opinião
«A análise da concorrência»
O conhecimento das ultimas tendências na estratégia empresarial constitui sempre um caminho para alcançar uma melhoria na eficácia e competitividade das empresas.
Francisco Banha, Director Geral da Gesbanha
Preocupação esta tanto maior quanto se sabe que a actual globalização dos mercados, ao ter como consequência um aumento da concorrência, faz com que, para um número cada vez maior de empresas, a sua concorrência não se limite às que se encontram geograficamente mais perto, mas também às empresas de qualquer parte do mundo.
Se a estas constatações adicionarmos o efeito provocado pela generalização da estratégia de proporcionar aos clientes não somente o que eles esperam, mas fundamentalmente algo que os surpreenda, facilmente se compreenderá a necessidade de o empreendedor:
- Identificar, rapidamente, as mudanças do seu meio envolvente e definir novas formas de fazer as coisas para conseguir obter o posicionamento adequado aos novos cenários.
- Incorporar, na sua organização, as melhores práticas que garantam a máxima eficácia e a manutenção de uma actividade de vigilância que permita a identificação prévia de perigos e oportunidades emergentes.
- Conhecer, não só as necessidades do mercado, mas também quais os elementos adicionais que os seus concorrentes incorporam nas suas estratégias de produtos e serviços e que lhes permitem proporcionar valor acrescentado aos clientes.
Para que se possa compreender melhor a importância que assume, actualmente, o conhecimento dos nossos concorrentes mais directos, importa reflectir sobre as palavras escritas por Sun Tzu no seu livro “A Arte da Guerra” do ano 500 A.C.:
«Se conheces o teu inimigo e te conheces a
ti mesmo, não deves temer o resultado de cem batalhas. Se te conheces a ti
mesmo mas não ao inimigo, por cada batalha ganha sofrerás também uma derrota.
Se não conheces nem o inimigo nem a ti mesmo, sofrerás derrotas em todas as batalhas.»
Daqui se conclui que a análise sistemática, e não apenas de vez em quando, da concorrência torna-se fundamental para que se possa tentar neutralizar os seus movimentos. E como se consegue fazê-lo?
- Medir os resultados dos concorrentes “best-in-class” com respeito aos factores críticos de sucesso da indústria.
- Determinar como os “best-in-class” conseguem obter esses resultados.
- Utilizar essa
informação como base para estabelecer objectivos, estratégias e
sua respectiva implementação.
Ainda que as grandes empresas sejam as que
têm mais recursos para conhecer a concorrência, as PME’s e, nomeadamente, os
seus líderes, devem ter em linha de conta que, em bastantes ocasiões, se podem
aplicar determinadas técnicas para conhecer a sua concorrência e que nem
sempre são excessivamente caras como é o caso de: inquéritos a clientes;
informação dos vendedores; comprador surpresa; observação sistematizada dos
elementos possíveis (estabelecimentos, produtos, preços e comportamentos dos
compradores); análise de dados secundários (organismos públicos, publicações
oficiais, anuários, revistas especializadas); análise da promoção realizada
(notas da imprensa e publicidade); Internet.
Em resumo, podemos afirmar que os
empreendedores têm na utilização do «Benchmarking» uma resposta, totalmente
natural, à procura de práticas que permitem não só sobreviver, como também
competir com êxito.
Francisco Banha
Director Geral da Gesbanha – Gestão e Contabilidade, Lda.
fbanha@gesbanha.pt
www.gesbanha.pt