Opinião
O resultado do investimento feito em 'start-ups' desde 2004
Não é por ser uma excelente ideia que devemos investir numa 'start-up' pois podemos não ter o perfil adequado para sermos investidor dessa ideia
O que deve procurar um investidor que investe em 'start-ups'? Um investimento de alto risco que deve ser recompensado com elevado retorno. Como o consegue? Através de promotores com conhecimento e ambição, e ideias vencedoras. Estes são os ingredientes que um investidor deve procurar para encontrar uma das poucas empresas que pode valer mais de um bilião de dólares.
Um estudo feito desde de 2004, ano em que nasceu o Facebook, mostra que existem 13 tecnológicas que em 2010 já valiam mais de 1 bilião de dólares. Elas são o Facebook (2004), Workday, Box e HomeAway fundadas em 2005, Twitter e Spotify de 2006, Zynga, Evernote e Dropbox nascidas em 2007, Alrbnb e Groupon em 2008, Square em 2009 e Instagram em 2010.
O mais surpreende do estudo é que o valor do Facebook em 2010 superava o valor total das restantes 12 tecnológicas avaliadas num total de 48 biliões apenas para o Facebook contra cerca de 30 biliões de todas as restantes tecnológicas somadas.
Outro factor interessante é o número de colaboradores por empresa, com real destaque para um excelente rácio de avaliação versus o número de colaboradores, encontrado na Instagram que apenas contava com 13 colaboradores em 2010, para um valor de empresa próximo ao bilião de dólares.
Se compararmos a Groupon com a Instagram encontramos um rácio completamente diferente, tendo a Groupon cerca de 10 mil colaboradores para uma avaliação de 3,6 biliões de dólares.
Um outro dado importante para entendermos o esforço necessário em capital investido nestas empresas versus o crescimento que elas proporcionaram, é o facto de que a empresa que menos capital angariou ter sido no valor de 57 milhões de dólares, o que exige pelo menos a existência de vários fundos de capital de risco que totalizem cerca de 570 milhões de dólares, com o objectivo de dispersar o risco em 'start-ups'. Um investimento sério em 'start-ups' que poucos países conseguem faze-lo. Isto sem contar com a empresa que mais capital necessitou para crescer, o Facebook, que viu nas suas contas uma injecção de capital de risco que totalizou os 2,2 biliões de dólares, o que equivale a um conjunto de fundos de capital de risco no valor mínimo de 22 biliões de dólares em total.
Quando se investe em 'start-ups' de grande potencial temos de pensar não só no primeiro investimento, que pode ainda estar de acordo com as nossas capacidades de investimento, como também nos sucessivos reforços de capital para manter a "roda a rolar". Para isso ou temos alguma capacidade de investimento permitindo sucessivos rounds de financiamento ou temos de nos juntar a outras capitais de risco que consigam acompanhar os seguintes rounds de financiamento.
Outra questão que temos de ter em conta é o tipo de investimento onde nos metemos. Não é por ser uma excelente ideia que devemos investir, pois podemos não ter o perfil adequado para sermos investidores dessa ideia. O investidor tem de estar preocupado com a sua saída, o que exige estar preocupado com a forma em como pode ou não potenciar o negócio onde investe. Se não o consegue fazer na sua rede de contactos, a boa ideia pode ser desperdiçada tanto pelo investidor como pelo promotor que decidiu meter o negócio nos investidores errados.
2. O empreendedor tem de saber escolher o investidor, não pelas condições puramente financeiras oferecidas mas também pelo perfil que este tem, identificando se o mesmo o pode ajudar a crescer.
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*Fundador e líder executivo da Zonadvanced - Grupo First