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Procura um co-fundador?

Saber escolher os co-fundadores de uma nova empresa é uma ajuda importante para atingir o sucesso.

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Construir um negócio a começar numa ideia e a terminar num tremendo sucesso exige muito dos empreendedores. A escolha dos co-fundadores é fundamental para evitar "guerras" internas pois já chegam as que se encontram todos os dias no mercado. Há alguns critérios que devem ser tidos em conta quando se escolhe um co-fundador para a "startup".


Complementaridade. A escolha de um co-fundador é tão importante como a escolha da sua cara-metade. Passamos mais tempo no trabalho do que em casa, pelo que é importante conviver num ambiente profissional em que as pessoas se relacionam bem. Não só pesa o relacionamento como a complementaridade que devemos procurar num co-fundador.


Se apenas temos competências comerciais e o nosso produto é técnico, então devemos procurar alguém com um perfil mais técnico e não outro comercial. Se somos pessimistas, então devemos procurar alguém um pouco mais optimista para equilibrar as emoções. Temos de encontrar a pessoa que nos equilibra tanto nas competências como nas reacções emocionais. Por vezes há clientes que procuram uma pessoa mais pacífica e não tão agressiva. Se tem do outro lado da balança esse perfil pode certamente ajudar a conquistar esses clientes.


Como nas relações pessoais, também nas profissionais se aplica a frase: "pólos opostos atraem-se". Não procure alguém exactamente com o seu perfil pois não será complementar para o seu negócio.


Respeito mútuo. Mais uma vez e como num matrimónio, tem de existir respeito mútuo para que a relação funcione. Se um de nós não reconhece o valor do outro, e não sabe respeitar aquilo que de bom o co-fundador pode aportar à sociedade, dificilmente existirá respeito mútuo a longo prazo.


Temos de entender que o facto de termos conhecimentos e capacidade numa determinada matéria, não significa que temos a mesma capacidade em todas as outras matérias. Saiba valorizar o seu co-fundador e não o penalize por ele não entender aquilo que para si é lógico e claro, pois irá surgir a situação inversa e certamente não se vai aperceber disso, nem vai querer ser julgado por tal.


Interesses convergentes. Se vamos construir uma sociedade em conjunto, logo à partida temos de saber qual é o objectivo dessa sociedade, não só no mercado como também entre fundadores. Este é um dos temas mais descuidados no arranque de uma sociedade, pois damos por assumido que a sociedade é para toda a vida e que pouco ou nada há a discutir sobre o seu destino.


Hoje em dia, a cultura de "emprego/sociedade para a vida" é cada vez mais escassa, pelo que é conveniente entender quais os objectivos dos fundadores numa possível venda, fusão ou captação de investidores, por exemplo. Há fundadores que querem construir um império e dominá-lo do principio ao fim, outros que querem fazer crescer o negócio para o vender e, quem sabe, partir para um novo desafio. Outros não aceitam a participação de investidores externos.


Podem existir muitas opiniões entre os fundadores que poderão prejudicar fortemente o desenvolvimento da actividade. Desde a constituição da empresa deve existir um alinhamento de interesses entre os fundadores para evitar este tipo de conflitos no futuro.


Simples e descomplicado. Aqueles que vêm de multinacionais e que um dia se lembraram de montar uma pequena empresa, têm de ter em conta que não vão ter todos os serviços e facilidades que tinham no seu anterior trabalho. Deixou de existir a secretária que tratava das viagens ou que atendia os telefonemas. Deixou de existir a administrativa que rigorosamente lhe pagava o ordenado, entre muitos outros serviços a que estava habituado.


Ter flexibilidade e não ser "esquisito" quanto ao tipo de trabalho que deverá executar na sua pequena empresa, é necessário, pois no inicio da actividade não se pode dar ao luxo de ter tantos apoios que lhe vão pesar em despesas que não possui capital para pagar. Se não é esse o seu espirito, dificilmente se vai adaptar a um "startup".


Quando comecei a minha primeira empresa, nos anos 90, fazia de tudo: o trabalho de armazém, atendimentos, comercial, facturação, cobranças e por aí adiante. Não desperdiçava dinheiro para que outros me fizessem estes trabalhos. Não era essa a prioridade, nem tinha o capital para isso. Conforme a empresa vai crescendo, poderá ir-se focando mais nas suas tarefas e não dispensar tempo em trabalho de "back office". Até lá, terá de ser flexível e adaptar-se a tudo o que for necessário fazer, sendo que o co-fundador tem de ter igualmente esse espírito.


Co-fundador e amigo em simultâneo. Se conseguimos trabalhar juntos e conviver juntos temos o "casamento" perfeito. Saber que podemos até discordar em muitas matérias, mas ao mesmo tempo conseguir superar essas discordâncias e conseguir manter uma relação equilibrada e amigável é extremamente importante não só na relação entre fundadores mas também no divertimento que estes podem encontrar quando se encontram longe do trabalho.


Podermos sair juntos num serão divertido ou passar um fim-de-semana com as famílias mostra total equilíbrio entre os fundadores e prazer na sua relação profissional. No decorrer do dia de trabalho há sempre muita coisa para falar entre fundadores. Saber que somos bem-vindos é uma tranquilidade e uma aproximação que ajuda a sociedade a sair vencedora.

 

 
Tome nota

1. Escolha o co-fundador assim como escolhe a pessoa com quem quer casar;


2. A relação extra-profissional é fundamental para aumentar o bom relacionamento, pois o "stress" do dia-a-dia não deixa relaxar e desfrutar;

3. Procure um co-fundador com quem se sinta totalmente à vontade porque é uma pessoa com quem terá de interagir.

 

 

Envie para o "e-mail" jng@negocios.pt as suas questões, dúvidas ou experiências sobre "Procura um co-fundador?".
*Fundador da Zonadvanced e Bluegrana Capital Corporation

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