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29 de Dezembro de 2020 às 19:30

Sem capital, salários de miséria

Sem investimento não há produtividade nem futuro. O Estado não investe, na Europa somos o 2º pior país nesse factor, em 2019, 5 anos depois da troika poder ser desculpa. E os privados não são propriamente acarinhados pelo cenário ideológico em vigor em Portugal.

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A FRASE...

 

"Economias mais digitais responderam melhor à pandemia"

Negócios – 16 de dezembro

A ANÁLISE...

 

No passado dia 16 foi dia de competitividade. Este ano o habitual ranking do WEF foi substituído por uma apreciação da capacidade de cada país resistir e recuperar da crise. Portugal como sempre aparece mais perto da cauda da Europa, mas com valências desiguais. Estamos sempre bem nos critérios de disponibilidade, infraestruturas digitais, telecomunicações e vias de comunicação, exceto as vias férreas que necessitam desesperadamente de manutenção e o material circulante é quase de terceiro mundo. Não há dinheiro, foi para a TAP que poucos portugueses utilizam… Ou seja, temos infraestruturas que podem e devem ser utilizadas, não o são e transformam-se em investimentos improdutivos, A13, A24 ou o aeroporto de Beja, por exemplo. E onde estamos mal é nos critérios de facilitação de negócio, como as referentes à morosidade da justiça, burocracia ou legislação laboral, os chamados custo de contexto, os que promovem o crescimento e onde andamos muito longe ainda da média europeia.

E a bem da verdade, a competitividade é apenas um dos factores da atractividade da economia. Aquilo que tão desesperadamente necessitamos, num país descapitalizado, para criação de emprego e riqueza. Somos um dos piores países da OCDE no rácio capital empregue por trabalhador. Sem um aumento do investimento produtivo e, por consequência, da produtividade não conseguimos melhorar os salários dos portugueses, aquilo que verdadeiramente interessa. Esta semana foi publicado no Eurostat um gráfico de barras com os salários per capita na União Europeia. Em paridade de poder de compra já só temos atrás de nós a Bulgária. Isso é um retrato vivo de miséria… e das políticas erradas desde 1995.

Sem investimento não há produtividade nem futuro. O Estado não investe, na Europa somos o 2º pior país nesse factor, em 2019, 5 anos depois da troika poder ser desculpa. E os privados não são propriamente acarinhados pelo cenário ideológico em vigor em Portugal. Com medo da próxima medida populista contra os malandros dos privados, quem se arrisca? O modelo socialista soviético dirigista condenou países à miséria, sem um caso de sucesso para contar. Porquê insistir na miséria?

 

Artigo em conformidade com o antigo Acordo Ortográfico

 

Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências diretas e indiretas das políticas para todos os setores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

maovisivel@gmail.com

 

 

 

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