A FRASE...

"Mais de 15 anos com taxas de juro baixíssimas, com largueza na concessão de crédito e volumosos investimentos públicos, resultaram em deficits e dívidas insustentáveis em todos os sectores da sociedade portuguesa e num crescimento baixíssimo…"

Mário Valadas, José da Silva Lopes, Manuela Morgado, Cordeiro Batista, Público, 7 de setembro de 2014

A ANÁLISE...

As taxas de juro não são neutras na estrutura de investimento. Ao contrário das teorias clássicas. E da ilusão do crescimento baseado no endividamento. A manipulação em baixa das taxas de juro leva ao investimento em sectores não sustentáveis. E a desvios perversos entre capital próprio e alheio. Porque logo que as condições de juro se alterem, tudo se desmorona. E as falências e o desemprego são o resultado final. É a receita keynesiana. Em 2002 Krugman sugeriu ao FED uma bolha especulativa no imobiliário. Para sair da crise das dot.com. Deu no que deu.

Pede-se a Draghi artilharia pesada para combater a crise. Pedem os partidos de esquerda. Os de direita, intervencionista. Os candidatos a primeiro-ministro. Os interesses para quem o futuro só interessa a Deus. E que sabem cavalgar a angústia do presente. Mas o crescimento artificial é uma enorme transferência de valor. Entre sectores e indivíduos. Entre grupos etários. Alimenta-se hoje com o que terá de se pagar amanhã. Como nesta crise. Alimentámos o endividamento, em benefício de uns tantos. Pagamos agora com o pão que o diabo vai hoje amassando.

O crescimento sustenta-se no empreendedorismo inovador e competitivo. Em mercados abertos. Sem os artificialismos das utopias idiotas do impulso público. Sejam taxas de juro manipuladas. Facilidades monetárias. Ou subsídios mais ou menos encapotados. Pedem artilharia pesada ao Sr. Draghi. Mas ele só tem armas autodestrutivas. Mesmo que nos digam sempre o contrário.

Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico.  

Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

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