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As luzes e as trevas

E, pelos vistos é, afinal, sectário! Quem se diz plural e abrangente e, a seguir, despreza e extremiza todos os outros, para o efeito de os excluir, deixa tudo visto.

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Francisco Mendes da Silva, o liberal que se diz centrista e admirador do conservadorismo britânico, declarou o seu apoio à candidatura de João Almeida, à liderança do CDS, em artigo de opinião na sua coluna do Jornal de Negócios.

 

Até aqui não vinha mal ao mundo, mas a coisa complica-se quando para defender a sua "dama" ataca os restantes candidatos e companheiros de partido.

 

É preciso perceber que Mendes da Silva apoia João Almeida pelas mesmas razões que apoiou sempre Assunção Cristas e a sua estratégia.

 

E, pelos vistos é, afinal, sectário! Quem se diz plural e abrangente e, a seguir, despreza e extremiza todos os outros, para o efeito de os excluir, deixa tudo visto.

 

Só tem razão num ponto: o Chega. O Chega não é assunto nosso. O nosso assunto é o CDS.

 

Mas Mendes da Silva, de tudo o que disse há uma coisa que não disse.

 

Porque do alto da sua superioridade intelectual e de todos quantos o acompanharam, a verdade é só uma! O eleitorado disse não às suas teses, às suas teorias, às suas análises e às suas estratégias.

 

A verdade é que é um perdedor político! Podia ter a humildade de assumir que perdeu e que a sua solução de continuidade não tem condições para ter sucesso. Mas não!

 

Mendes da Silva pensa ser a luz e nós, do outro lado, seremos as trevas. Só que se esquece de dizer que as suas luzes (lâmpadas) estão fundidas e não demonstram qualquer capacidade para iluminar qualquer novo caminho.

 

Mas será de lhe perguntar, por exemplo, por que razão não fala:

 

- Das empresas, ditas privadas, que vivem à custa das autarquias e do Estado;

 

- Do negócio ruinoso do CDS, traduzido na venda de um terreno no Porto a uma sociedade angolana;

 

- Da ausência de relatórios transparentes sobre as contas do partido.

 

Mais curioso, ainda, é que vem falar de um partido abrangente e inclusivo, mas ao falar dos ex-líderes do CDS tenha propositadamente excluído Manuel Monteiro e José Ribeiro e Castro. Estamos entendidos quanto ao seu sentido de inclusão e abrangência.

 

As luzes de Mendes da Silva são tão abrangentes que, só para não deixarem um antigo líder exercer os direitos como militante do CDS readmitido, violam os estatutos e regulamentos todos os dias. Uma intolerância que envergonha o partido, ilegalidades que mancham ainda mais a nossa reputação.

 

Mendes da Silva acusou-me de querer cortar com os últimos 25 anos do partido. Referia-me a romper com os últimos 20. É curioso! Eu poderia dizer que Mendes da Silva quer apagar os últimos quatro anos em que foi pública e notoriamente um dos grandes inspiradores e um dos grandes mentores da estratégia mais ruinosa desde a fundação do CDS.

 

Por tudo isto, é natural e intuitivo perceber que o caminho do CDS nos últimos anos falhou, levando ao pior resultado da sua história. O CDS passou a olhar a política como um exercício de aquisição e manutenção de poder, assente numa retórica inconsequente, desistindo do combate pelas ideias partilhadas e defendidas pelo seu eleitorado.

 

É por isso que neste congresso teremos de escolher entre o passado, o caminho que nos trouxe até aqui, mais do mesmo, a continuidade. Ou, optar por um caminho novo, com novos protagonistas e novas formas de afirmar o CDS, para que possamos crescer e ter esperança no futuro. É para isso que me candidato, para afirmar o CDS de direita, sem complexos e vergonha de ser de direita.

 

Candidato à liderança do CDS-PP. Fundador da TEM/CDS - Esperança em Movimento

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