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Em 2014, quando trabalhava por conta própria e voltou a enfrentar este mesmo problema, decidiu criar um pequeno "widget", instalado no sistema informático do cliente, que funciona como um GPS para aplicações web: clicando nesse botão aparecem um conjunto de guias interactivos que, passo a passo, vão ajudar o utilizador a encontrar aquilo que pretende naquele site. "Como encontrar o meu PIN" ou "Qual o modelo da minha box" são exemplos de informações que estão "escondidas" no portal da Nos e a que a Helppier dá visibilidade.
Telecomunicações, retalho, seguros e banca, que têm estruturas e portais de grande dimensão, são os sectores com que já está a trabalhar a empresa, fundada em Janeiro de 2015 e instalada no UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto. E depois de, no ano passado, facturar 85 mil euros no mercado interno, acaba de conseguir o primeiro contrato pago no estrangeiro - tem outros de experimentação grátis a decorrer em vários países - na sequência da vitória num programa de aceleração organizado pela Telia, a maior operadora de telecomunicações na Estónia.
"Vai ser em duas áreas distintas: uma é muito semelhante ao que fazemos para a Nos - ajudar o cliente a encontrar a informação correcta -; a outra é na formação inicial dos agentes de 'call centers' e é como se o especialista estivesse sempre ao seu lado", explica o empresário, 39 anos. Sendo este cliente uma multinacional com operações em mais de uma dezena de países europeus e asiáticos, vê este negócio no país báltico como "possível ponto de entrada" para as outras sucursais da operadora de origem sueca.
2015
Ano da fundação
A empresa foi criada em Janeiro de 2015 e tem sede no UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto.
4
Mercados-alvo
Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Espanha são os quatro países em que a Helppier vai concentrar esforços.
Apesar do "feliz acaso" na Estónia, os mercados prioritários para a empresa nortenha, que emprega nove pessoas e perspectiva vir a facturar 80% no estrangeiro, são os Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e Espanha. Pela dimensão, pelo grau de evolução dos portais de internet e pela maturidade das empresas, com foco no serviço ao consumidor e em melhorar a retenção de clientes e a experiência online do utilizador. Hugo Magalhães frisa que "as pessoas hoje querem muito mais uma ajuda 'self service' do que estarem a ligar para uma linha de apoio, em que perdem logo dois ou três minutos só a identificarem-se e a explicarem o problema".
O produto chegou ao mercado em Novembro de 2015 e vai na terceira versão. O primeiro a utilizá-lo foi a Celfinet, uma empresa lisboeta de serviços de telecomunicações que há um ano e meio entrou também no capital da Helppier, mantendo uma quota minoritária.
Flexibilidade para responder às ameaças
A nova filosofia direccionada para a área "corporate" trouxe desafios diferentes à Helppier, que tem fornecedor e concorrentes dos EUA.
Desafios crescem com dimensão dos clientes
• A mudança de foco das PME para grandes empresas alongou o ciclo de vendas para seis a nove meses, o que exige "um esforço financeiro considerável" à jovem empresa.
• Outro desafio relacionado com a dimensão dos clientes é a maior complexidade de processos e dos seus portais web, obrigando a "afinar a máquina" da Helppier.
• Está num projecto com a gigante americana Microsoft, o que lhe dá acesso a um conjunto de serviços web e servidores.
• Isso permite à Helppier "não ter muitos problemas" em termos de dimensionamento dos servidores quando há clientes com maior uso.
Simples e versátil face à concorrência
• A americana Walkme.com, que trabalha mais na área da formação do que do ponto de vista do cliente final, é actualmente a maior concorrente.
• Simplicidade de funcionalidades e versatilidade no contacto com o utilizador são apontados pelo CEO como os pontos diferenciadores.
Perguntas a Hugo Magalhães
Presidente executivo da Helppier
Montar estrutura de vendas nos EUA
O fundador da empresa portuense explica os motivos pelos quais o produto encaixa nas exigências americanas.
Porque é que os EUA são um mercado interessante?
Este produto é para mercados e empresas maduras, interessadas em melhorar a experiência do cliente e que têm portais com alguma complexidade. Os EUA são assim: têm dimensão grande, muitos clientes, ambientes heterogéneos, linhas de apoio gigantes...
E têm sentido interesse?
A maior parte dos potenciais clientes, 30 a 40% dos contactos que recebemos no nosso site - para demonstrações, saber preços, características do produto - vêm dos EUA. Da zona de Nova Iorque, principalmente na área da banca, e da Califórnia, mais de empresas de tecnologias de informação.
Interessa-vos investidores?
Sim. Mas nesta fase é demasiado ambicioso pensar nisso. O trabalho agora é colocarmo-nos como uma referência nesta área, em Portugal e noutros países ter uma validação forte do que somos. Isso é que permitirá chegarmos aos EUA com um conjunto de referências.
E quais serão as barreiras?
Estando agora mais dirigidos para grandes empresas, temos de montar lá uma estrutura de vendas. Não pode ser via telefone, o objectivo é ter lá uma equipa para fazer a venda.