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Roberto Machado, 28 anos, lidera este negócio de web design e de desenvolvimento de aplicações, que tanto ajuda start-ups a chegarem a uma primeira versão do produto e a lançarem-se no mercado, como resolve problemas tecnológicos a grandes empresas - e tem no currículo a consultoria feita a uma das maiores operadoras de telecomunicações dos Estados Unidos.
O primeiro "cliente a sério" foi uma start-up de Portland com uma app virada para o futebol americano.
O primeiro "cliente a sério", com quem a Subvisual começou a trabalhar menos de meio ano depois de entrar no mercado, em Abril de 2012, até foi uma start-up de Portland, no estado do Oregon, que queria criar uma aplicação para auxiliar a gestão do treino no futebol americano. E que ainda hoje é usada por treinadores e equipas grandes da modalidade.
Cinco anos depois, os Estados Unidos valem mais de metade das vendas desta jovem exportadora de Braga, que factura 90% no estrangeiro, e que em 2017 deve chegar pela primeira vez ao milhão de euros. Nos planos de curto e médio prazo está a abertura de um escritório com cinco pessoas em Boston, liderado pelo sócio, Luís Ferreira, que detém 30% do capital.
Estúdio de start-ups
Perto de 80% das receitas da Subvisual são angariadas actualmente na gestão financeira e nos cuidados de saúde. São estas as duas áreas em que se está a concentrar - o CEO alerta que "numa área como esta, a especialização acaba por ser muito importante" -, em detrimento do sector da educação e formação, que nos últimos dois anos tem "deixado cair um bocado".
28
Idade dos sócios
Os fundadores e sócios têm ambos 28 anos e frequentaram o mesmo mestrado na Universidade do Minho.
90%
Quota exportadora
A Subvisual factura 90% no estrangeiro. E os Estados Unidos valem mais de metade do total das vendas realizadas fora do país.
Outra vertente relevante da actividade é o investimento financeiro em pequenos projectos com potencial de crescimento, numa "lógica pura de 'angel investors'", tendo já entrado no capital de três start-ups portuguesas e duas americanas. "Tem algum risco associado, mas vemos aí um caminho interessante para fazer crescer o negócio e acaba por ser uma maneira de nos diferenciarmos. (…) De certa forma, queremos colocar-nos como um 'start-up studio', uma empresa que ajuda a criar start-ups internamente", expõe Roberto Machado.
Com 12 colaboradores instalados no moderno escritório bracarense, em teoria a Subvisual tem "imensos concorrentes" dentro e fora das fronteiras. Na prática, porém, prefere encará-los e tratá-los como parceiros, a quem dá e de quem recebe trabalho, de acordo com a especificidade e os prazos dos projectos em carteira. É que, justifica o gestor minhoto, "o mercado é difícil, mas ao mesmo tempo há imensas oportunidades".
"Pin" na lapela e preço de fora das diferenças
Serem portugueses é bom ou mau? Depende da concorrência, responde o líder da empresa que arrancou virada para o associativismo.
Primeiro produto já saiu do mercado
• O primeiro produto da Subvisual era dirigido a associações sem fins lucrativos, para gerir o site e os seus projectos e actividades.
• Acabou descontinuado por não ser lucrativo: o sucesso exigiria muito financiamento, uma equipa grande e expansão internacional.
Ameaças no preço e no proteccionismo
• Teme que os EUA se tornem um mercado mais fechado devido a políticas proteccionistas, dificultando a criação de uma rede naquele país a partir do exterior.
• A concorrência "feroz" de empresas do Leste europeu, que têm muita qualidade e conseguem praticar preços mais baixos.
• Ao concorrer com as ofertas de países, como a Índia, o mercado português é "muito bem visto" e a nacionalidade é a diferenciação.
• Se a concorrência for com empresas dos EUA, então o facto de serem portugueses tem "efeitos negativos". Daí querer posicionar a Subvisual como uma empresa "muito presente" nos EUA.
Perguntas a Roberto Machado
CEO da Subvisual
"Perde-se muita coisa quando se cresce"
A Subvisual quer continuar a ter uma equipa pequena. São 12 e "muito dificilmente alguma vez [passará] dos 15".
Como é que a dimensão reduzida vos torna diferentes?
Somos uma equipa pequena e que quer continuar a ser pequena. O foco está na evolução das pessoas que já temos e isso faz da equipa muito boa tecnicamente e coesa. Consegue entregar mais valor aos clientes do que a maior parte dos concorrentes. Para muitos, o objectivo é crescer até 50, 100 pessoas para ter um retorno financeiro muito grande. Nós somos 12 e muito dificilmente alguma vez passaremos dos 15.
Como vão então crescer?
Vejo muito mais a passar por ajudar a potenciar outros negócios e criar várias "spin-offs", do que fazer crescer esta equipa só para prestar mais serviços. O tipo de empresa que somos é completamente diferente do que seríamos com 50 pessoas. Perde-se muita coisa quando se cresce.
Acumulam as obrigações?
As pessoas sentem que têm uma voz, que fazem parte da gestão dela. Quase todos são responsáveis por gerir uma área. Por exemplo, garantir que as pessoas se mantêm saudáveis, gerir o site ou as férias. Temos férias ilimitadas e o problema de não marcarem as suficientes. Então temos uma pessoa que assegura que toda a gente tira férias.