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Vila Nova de Famalicão: E se não houvesse alemães?

Famalicão sobressai no mapa nacional com um terceiro lugar nas exportações e uma balança comercial invejável. Os sectores automóvel, têxtil, agro-alimentar e da construção dominam.

25 de Setembro de 2018 às 16:15
Paulo Duarte
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Com uma vocação exportadora, Vila Nova de Famalicão já foi apelidada de "capital das empresas alemãs". Em 1973, a Leica chegava ao Vale do Ave - é a única fábrica da marca fora da Alemanha e há cinco anos a casa-mãe inaugurou ali uma nova unidade, onde investiu mais de 22 milhões de euros; a Continental Mabor, que produz pneus para mais de 60 países, é a maior empresa do concelho, empregando mais de 2.000 pessoas; e, no mundo têxtil, a Olbo & Mehler figura como décima maior exportadora.

Se muito do capital é alemão neste enclave minhoto, olhando para as dez grandes empresas do município, sete têm no exterior os seus principais mercados (Alemanha incluída), segundo os dados de 2016 da Informa D&B.

No ano passado, Famalicão apresentou um saldo de exportações de quase dois mil milhões de euros, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística. Dessa tranche, perto de 800 milhões euros provinham da actividade da Continental Mabor, um gigante que lidera com grande distância o tecido de 3.989 empresas do município. Se, em 2016, a fábrica de Lousado facturou mais de 830 milhões de euros, a Coindu, a segunda maior empresa da lista (que também abastece a indústria automóvel e nasceu em 1988, sob o capital do alemão Günter Stichter), "só" chegou aos 165 milhões.

A olear a máquina famalicense está a proximidade ao aeroporto do Porto e ao terminal de Leixões, e também uma mão-de-obra enquadrada nas carências da indústria - foi na freguesia de Lousado que se instalou uma das primeiras escolas profissionais do país, a Forave, em 1990 -, mas que nos últimos anos tem dado sinais de escassez.

Embora ainda nenhum nome da metalomecânica surja destacado pelas vendas e exportações na lista das maiores empresas a que o Negócios teve acesso, o sector também tem revelado um crescimento significativo em Vila Nova de Famalicão, através da actividade de empresas como a ROQ ou a AMOB. Entre 2015 e 2016, as exportações do sector subiram de 139 milhões para 151 milhões de euros.

Nota: A elaboração do "ranking" resulta da metodologia de análise da Informa D&B. A informação financeira considerada é baseada no balanço e demonstração de resultados individual e respectivos anexos financeiros publicados e existentes na base de dados Informa D&B. As empresas foram classificadas em 13 sectores de actividade, excluindo-se o sector financeiro e a Administração Pública, assim como as entidades sem empregados e as empresas offshores. Foram excluídas as empresas que não publicaram ou disponibilizaram a informação necessária. São apenas consideradas as empresas que se encontram activas.

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