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Se a actividade nos córtex de Rui e Ricardo Abreu fosse, em 2015, passível de medir numa lâmpada, ela estaria constantemente acesa. Esse foi o ano em que os dois irmãos, um engenheiro electrotécnico e o outro de sistemas de informação, viram aberta a porta da recém-criada incubadora Famalicão Made In e quase não pediram licença para entrar. "Quando chegámos ainda éramos uma ideia", recorda Rui.
"Nascemos praticamente no seio de uma empresa, o que nos trouxe vantagens, porque estamos focados na indústria", explica o engenheiro electrotécnico. O espaço onde têm o escritório abriu no Verão de 2015, nas instalações da Riopele. Foi ela o primeiro cliente da Kortex, a empresa criada por Rui e Ricardo Abreu.
Como o nome sugere, a Kortex faz-se de ligações entre empresas, ferramentas e soluções que assentam no princípio da economia circular e que olham com atenção para a eficiência energética e a produtividade. Demasiado vago? "A primeira crítica que tivemos foi que não perceberam o que estávamos a dizer!", assume Rui Abreu.
Descodificando, o que esta start-up faz através de "data mining" e outras formas de cruzamento e análise de dados é perceber se, em alguma parte de um processo industrial, é possível atingir objectivos como: reduzir o consumo energético; colocar sistemas em rede de forma que, havendo uma anomalia, ela seja imediatamente detectada e se poupe tempo a gerir o incidente; digitalizar processos que durante decénios passaram por papéis e canetas; combater o desperdício. "Não se trata de gerar um sistema de gestão de energia, por exemplo. São múltiplos sistemas a falar entre si, o que permite pensar numa reorganização do processo. E a ideia é que o sistema tome as próprias decisões. Tudo somado, são poupanças significativas."
O hub
Mas o grande projecto ainda está por vir. O Kortex Industrial Hub será apresentado a 16 de Outubro como uma plataforma tecnológica transversal à indústria, através da qual se pretende provar que o que é um resíduo para uma fábrica pode ser um bem essencial para outra. "A ideia é as empresas conectarem-se à nossa plataforma para que consigamos potenciar simbioses", explica Rui. A empresa localiza o recurso e encaminha-o para o destinatário, complementando a troca com outros serviços. "Também queremos optimizar o transporte, reduzindo o desperdício de tempo e de combustível", ilustra Ricardo.
"Nos últimos 200 anos, a indústria baseou-se num modelo linear e há sempre uma resistência à mudança", vaticina Rui. Mas não desanima: "Cabe-nos criar uma plataforma que seja de tal forma atractiva que a passagem para a economia circular não aconteça apenas por força de pressões nacionais e europeias." Até lá, muitos neurónios vão girar.
"Nascemos praticamente no seio de uma empresa, o que nos trouxe vantagens, porque estamos focados na indústria", explica o engenheiro electrotécnico. O espaço onde têm o escritório abriu no Verão de 2015, nas instalações da Riopele. Foi ela o primeiro cliente da Kortex, a empresa criada por Rui e Ricardo Abreu.
Como o nome sugere, a Kortex faz-se de ligações entre empresas, ferramentas e soluções que assentam no princípio da economia circular e que olham com atenção para a eficiência energética e a produtividade. Demasiado vago? "A primeira crítica que tivemos foi que não perceberam o que estávamos a dizer!", assume Rui Abreu.
Descodificando, o que esta start-up faz através de "data mining" e outras formas de cruzamento e análise de dados é perceber se, em alguma parte de um processo industrial, é possível atingir objectivos como: reduzir o consumo energético; colocar sistemas em rede de forma que, havendo uma anomalia, ela seja imediatamente detectada e se poupe tempo a gerir o incidente; digitalizar processos que durante decénios passaram por papéis e canetas; combater o desperdício. "Não se trata de gerar um sistema de gestão de energia, por exemplo. São múltiplos sistemas a falar entre si, o que permite pensar numa reorganização do processo. E a ideia é que o sistema tome as próprias decisões. Tudo somado, são poupanças significativas."
O hub
Mas o grande projecto ainda está por vir. O Kortex Industrial Hub será apresentado a 16 de Outubro como uma plataforma tecnológica transversal à indústria, através da qual se pretende provar que o que é um resíduo para uma fábrica pode ser um bem essencial para outra. "A ideia é as empresas conectarem-se à nossa plataforma para que consigamos potenciar simbioses", explica Rui. A empresa localiza o recurso e encaminha-o para o destinatário, complementando a troca com outros serviços. "Também queremos optimizar o transporte, reduzindo o desperdício de tempo e de combustível", ilustra Ricardo.
"Nos últimos 200 anos, a indústria baseou-se num modelo linear e há sempre uma resistência à mudança", vaticina Rui. Mas não desanima: "Cabe-nos criar uma plataforma que seja de tal forma atractiva que a passagem para a economia circular não aconteça apenas por força de pressões nacionais e europeias." Até lá, muitos neurónios vão girar.
Tome nota
"Fomos a primeira empresa da incubadora e a Riopele foi o nosso cliente número um. Encontrámos logo três ou quatro frentes para trabalhar com eles, e continuamos", relata o co-fundador, Ricardo Abreu.
Independência e contas certas
"O capital é 100% dos manos Abreu", brinca Rui, que destaca a preferência da empresa: "Há-de ser assim até conseguirmos." O objectivo é que todo o volume facturado seja, para já, reinvestido, de forma a melhorar as ferramentas em constante criação e a alavancar o negócio. Nos três anos de actividade da Kortex, foram investidos cerca de 250 mil euros e "as contas estão equilibradas, não há passivo".
Onde estão os recursos humanos?
Quatro pessoas trabalham na incubadora da Famalicão Made In, em Pousada de Saramagos. Mas os fundadores admitem "já não é muito fácil encontrar recursos humanos" nas áreas de que precisam. "Há todo um cluster, do Porto a Braga, que requer muito pessoal das tecnologias." Para 2019, ainda assim, prevêem contratar mais duas pessoas.
A rede é a meta
"O nosso objectivo é, em três anos, solidificar bem a rede em Famalicão. Mas, tendo um cluster aqui, pode depois criar-se uma rede de ecossistemas", sugere Ricardo Abreu.
Capital 100% Abreu
Começaram com fundos próprios e querem manter-se independentes. O plano é reinvestir tudo na melhoria do sistema Kortex e ampliar a rede de parceiros.
"Fomos a primeira empresa da incubadora e a Riopele foi o nosso cliente número um. Encontrámos logo três ou quatro frentes para trabalhar com eles, e continuamos", relata o co-fundador, Ricardo Abreu.
Independência e contas certas
"O capital é 100% dos manos Abreu", brinca Rui, que destaca a preferência da empresa: "Há-de ser assim até conseguirmos." O objectivo é que todo o volume facturado seja, para já, reinvestido, de forma a melhorar as ferramentas em constante criação e a alavancar o negócio. Nos três anos de actividade da Kortex, foram investidos cerca de 250 mil euros e "as contas estão equilibradas, não há passivo".
Onde estão os recursos humanos?
Quatro pessoas trabalham na incubadora da Famalicão Made In, em Pousada de Saramagos. Mas os fundadores admitem "já não é muito fácil encontrar recursos humanos" nas áreas de que precisam. "Há todo um cluster, do Porto a Braga, que requer muito pessoal das tecnologias." Para 2019, ainda assim, prevêem contratar mais duas pessoas.
A rede é a meta
"O nosso objectivo é, em três anos, solidificar bem a rede em Famalicão. Mas, tendo um cluster aqui, pode depois criar-se uma rede de ecossistemas", sugere Ricardo Abreu.