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Não é aqui, no entanto, que tudo acontece. Nas secretárias fica a parte conceptual - desde o desenho de cada peça, agora assumido por Luís Campos mas que em breve deverá ser desenvolvido internamente por um designer, até ao estudo dos mercados a explorar; e de fábricas de Barcelos e de Vila Nova de Famalicão saem as peças de algodão mercerizado, com biqueiras sem costura, prontas a serem lavadas num amaciador que as torna mais suaves e apetecíveis.
A ideia surgiu há dois anos, quando Luís e Vanessa, que haviam crescido dentro da indústria têxtil (ainda que em empresas diferentes), partilhavam o mesmo espaço de trabalho. Eis o clique: "Portugal é, há muitos anos, um produtor com particular força na indústria têxtil, mas não existia uma marca de meias de referência, 100% portuguesa", diz Luís Campos. Ao mesmo tempo, os criadores decidiram que a imagem e a qualidade seriam os trunfos do produto. Da peça às fórmulas de apresentação em loja, tudo serve para captar a atenção de um nicho. "O cliente WestMister", garante Luís, "quase que não compra umas meias por necessidade". "Tem um gosto refinado e liga muito ao pormenor", pontua Vanessa.
WestMisses?
A partir da ideia, a dupla começou a desenvolver colecções e a delinear a estratégia da empresa, criada maioritariamente a partir de capitais próprios, num investimento estimado em 40 mil euros. Agora está na hora de crescer, tanto no mapa como no catálogo. É por isso que a Europa, os Estados Unidos e o Canadá estão no horizonte e, na imaginação de Luís e Vanessa, começa a surgir a hipótese de avançar para os segmentos infantil e feminino. "Com a mesma identidade e um posicionamento de nicho", adiantam.
Entre 2016 e o ano passado, a WestMister duplicou o volume de facturação, que se situou nos 70 mil euros. "Este ano vamos tentar chegar aos 120 mil", avança Luís Campos, referindo o contributo do comércio online, que arrancou no final de 2016 e já assistiu a uma duplicação de vendas.
Entretanto, a cada estação, deverão continuar a ser produzidos cerca de 10 mil pares de WestMister, de 40 modelos diferentes, desde a pequena malagueta que surge no escuro à bicicleta que espreita por baixo das calças.
Um nome sem fronteiras
Nasceram há dois anos e já têm como prioridade avançar para o mercado internacional. Uma loja nos Estados Unidos não está fora dos planos.
Criança, mulher, EUA
"Queremos estabelecer parcerias com designers, estilistas, ilustradores, bloggers e ir criando minicolecções", avança o fundador, Luís Campos. Na mira têm dois novos públicos: criança e mulher. Além disso, a WestMister está focada em crescer no mercado externo, muito através da loja online, criada no final de 2016. "França, Espanha, Alemanha, Estados Unidos, Canadá e Japão são países fortes em que queremos apostar", adianta Luís Campos. Uma loja física será um próximo passo, eventualmente nos Estados Unidos.
Meta
Até 2020, pretendem alcançar os 250 mil a 260 mil euros.
Procura-se designer
Contrataram recentemente um colaborador para explorar o mercado internacional e estão à procura de um designer.
Fazer stock
A maior é a financeira. "Isto envolve muito investimento, desde vídeos a sessões fotográficas, e, da nossa parte, é um esforço enorme, porque temos recorrido a capital próprio." O facto de comporem stocks antes de receberem encomendas, torna-os rápidos na expedição, mas exige maior liquidez.
No pé do PM
Em Maio, numa visita ao Canadá, o primeiro-ministro António Costa ofereceu uma selecção de meias WestMister ao seu homólogo Justin Trudeau.