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WestMister: O toque britânico 100% português

De uma dupla habituada às agulhas do têxtil surgiu uma marca de meias 100% portuguesa. As WestMister são para "o homem clássico, mas arrojado". Pelo menos para já.

Rute Barbedo 25 de Setembro de 2018 às 10:17
Luís Campos e Vanessa Marques criaram a marca de meias WestMister. Paulo Duarte
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"Poderia ter ido para duas vertentes: ou me dedicava ao clássico, com design, ou ia para a parte desportiva." Olhando para Luís Campos, de camisa clara, calças rectas e sapato que deixa entrever o tornozelo, não é difícil adivinhar que se deixou levar pela primeira opção para criar a WestMister, uma marca de meias desenhadas e produzidas em Portugal, mas que querem caminhar pelo mundo afora. "Gosto mais da parte da moda", admite o co-fundador, ao lado de Vanessa Marques, no escritório luminoso de Vilarinho das Cambas, Famalicão.

Não é aqui, no entanto, que tudo acontece. Nas secretárias fica a parte conceptual - desde o desenho de cada peça, agora assumido por Luís Campos mas que em breve deverá ser desenvolvido internamente por um designer, até ao estudo dos mercados a explorar; e de fábricas de Barcelos e de Vila Nova de Famalicão saem as peças de algodão mercerizado, com biqueiras sem costura, prontas a serem lavadas num amaciador que as torna mais suaves e apetecíveis.

"Não existia uma marca de meias de referência 100% portuguesa", diz o co-fundador, Luís Campos. 

A ideia surgiu há dois anos, quando Luís e Vanessa, que haviam crescido dentro da indústria têxtil (ainda que em empresas diferentes), partilhavam o mesmo espaço de trabalho. Eis o clique: "Portugal é, há muitos anos, um produtor com particular força na indústria têxtil, mas não existia uma marca de meias de referência, 100% portuguesa", diz Luís Campos. Ao mesmo tempo, os criadores decidiram que a imagem e a qualidade seriam os trunfos do produto. Da peça às fórmulas de apresentação em loja, tudo serve para captar a atenção de um nicho. "O cliente WestMister", garante Luís, "quase que não compra umas meias por necessidade". "Tem um gosto refinado e liga muito ao pormenor", pontua Vanessa.

WestMisses?

A partir da ideia, a dupla começou a desenvolver colecções e a delinear a estratégia da empresa, criada maioritariamente a partir de capitais próprios, num investimento estimado em 40 mil euros. Agora está na hora de crescer, tanto no mapa como no catálogo. É por isso que a Europa, os Estados Unidos e o Canadá estão no horizonte e, na imaginação de Luís e Vanessa, começa a surgir a hipótese de avançar para os segmentos infantil e feminino. "Com a mesma identidade e um posicionamento de nicho", adiantam.

Entre 2016 e o ano passado, a WestMister duplicou o volume de facturação, que se situou nos 70 mil euros. "Este ano vamos tentar chegar aos 120 mil", avança Luís Campos, referindo o contributo do comércio online, que arrancou no final de 2016 e já assistiu a uma duplicação de vendas.

Entretanto, a cada estação, deverão continuar a ser produzidos cerca de 10 mil pares de WestMister, de 40 modelos diferentes, desde a pequena malagueta que surge no escuro à bicicleta que espreita por baixo das calças.

Tome nota

Um nome sem fronteiras 

Nasceram há dois anos e já têm como prioridade avançar para o mercado internacional. Uma loja nos Estados Unidos não está fora dos planos.

Criança, mulher, EUA
"Queremos estabelecer parcerias com designers, estilistas, ilustradores, bloggers e ir criando minicolecções", avança o fundador, Luís Campos. Na mira têm dois novos públicos: criança e mulher. Além disso, a WestMister está focada em crescer no mercado externo, muito através da loja online, criada no final de 2016. "França, Espanha, Alemanha, Estados Unidos, Canadá e Japão são países fortes em que queremos apostar", adianta Luís Campos. Uma loja física será um próximo passo, eventualmente nos Estados Unidos.

Meta
Até 2020, pretendem alcançar os 250 mil a 260 mil euros.

Procura-se designer
Contrataram recentemente um colaborador para explorar o mercado internacional e estão à procura de um designer.

Fazer stock
A maior é a financeira. "Isto envolve muito investimento, desde vídeos a sessões fotográficas, e, da nossa parte, é um esforço enorme, porque temos recorrido a capital próprio." O facto de comporem stocks antes de receberem encomendas, torna-os rápidos na expedição, mas exige maior liquidez.

No pé do PM
Em Maio, numa visita ao Canadá, o primeiro-ministro António Costa ofereceu uma selecção de meias WestMister ao seu homólogo Justin Trudeau. 



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