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Bysteel: "França é um dos grandes estaleiros da Europa"

Perguntas a Rodrigo Araújo Administrador da Bysteel

27 de Junho de 2018 às 12:48
Paulo Duarte
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Depois de terem sido a primeira empresa do grupo a pousar o pé em África, a conquista do mercado francês foi morosa. Primeiro a Bysteel teve de exportar e só depois conseguiu assentar metal em terreno gaulês. Hoje assinam contratos de 15 milhões de euros. O Reino Unido é outro dos principais alvos.

Angola está a mudar e as relações com o país têm esfriado. Em que medida isso afecta a Bysteel?
Houve um momento em que tínhamos dois mercados: o português, que acabou por se tornar muito pequenino; e um mercado de risco, que era o angolano. Há um risco grande associado à desvalorização da moeda, à dificuldade na expatriação de capitais e à própria inexistência de negócio. Mas nós cedo percebemos que não podíamos ter só risco nos emergentes e que devíamos dispersá-lo.

Em Portugal, preparámo-nos com o crescimento da nossa divisão de projecto e trouxemos mais conhecimento de engenharia para a Bysteel. Continuamos a ter os países compradores do hemisfério Sul, mas viemos para países prescritores da Europa, como a França, em 2012, o Reino Unido, em 2014, e a Holanda agora em 2018. Em França, há o projecto de duplicação da linha de metro, e também querem fazer uma Expo... Portanto, França é hoje um dos grandes estaleiros da Europa.

Há falta de pessoas desde tecnólogos a operacionais. Portugal perdeu muita gente. RODRIGO ARAÚJO
Administrador da Bysteel

É o vosso principal mercado?
Sim, com clientes importantes como a Bouygues, a Vinci, a Eiffage. Mas não foi um processo muito fácil. A admissão ao mercado francês faz-se em duas etapas: uma em que vamos à exportação - a Bysteel exportou obras para empresas francesas na Jamaica, em Gibraltar ou na Nigéria, já que o mercado não nos permitia construir - e outra de projectos. A primeira obra que fizemos em França foi de 250 mil euros. Hoje temos contratos na casa dos 15 milhões.

Poderiam estar a crescer mais não fosse a escassez de mão-de-obra?
Na Bysteel FS [nova empresa de fachadas e revestimentos], se tivesse 50 quadros com o perfil que procuro, num muito curto espaço de tempo, faria essas admissões. Há falta de pessoas desde tecnólogos a operacionais. Portugal perdeu muita gente. Mas está a acontecer uma coisa interessante: começamos a receber as engenharias que há uns anos decidiram partir.

Mas não vêm no mesmo número.
Não, não vêm... Por isso também estamos a contratar nos países em que operamos.


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