- Partilhar artigo
- ...
Não é em todos os serviços hospitalares que as decisões são tomadas à volta de uma mesa de reuniões, mas é assim que acontece na área da oncologia, normalmente com o debate a incidir sobre relatórios extensos e exames avulsos. Enquanto cumpria o ano comum no Hospital da Senhora da Oliveira, em Guimarães, Miguel espantou-se com aqueles "blocos de texto", e a matemática que tinha a latejar na cabeça - culpa dos dois anos de Física que frequentou no Porto - fê-lo perceber que era possível construir um programa em que a sistematização de dados clínicos poderia melhorar o combate ao cancro da mama.
"Três meses foram suficientes para montar um protótipo", em conjunto com dois amigos, um médico (Firmino Machado) e um engenheiro informático (Roberto Machado). "Levámo-lo ao Congresso Nacional de Oncologia e ganhámos o primeiro prémio nas apresentações." Foi o arranque para a start-up OncoStats, como conta Miguel Borges, hoje presidente executivo, há pouco tempo "um miúdo acabado de sair do curso de Medicina".
O produto é visualmente simples: um formulário com vários campos de preenchimento (como dosagens terapêuticas, história familiar, exames auxiliares de diagnóstico, metastatizações ou sintomas) e o desenho de um dorso feminino no qual se pode clicar para assinalar o tipo e o tamanho do mal, o tumor. O quadro clínico pode ser comparado no momento com as recomendações médicas mundiais e, em menos de um minuto, é gerado um ficheiro com todas as notas sobre o doente, sem 'letra de médico'. "A informação pode ser enviada para um centro especializado dos Estados Unidos, por exemplo, caso se queira ouvir outra opinião", ilustra Miguel Borges, que assegura que a análise automatizada de dados permite alcançar "resultados de um valor imenso".
Entrada em cinco hospitais
A OncoStats está avaliada em dois milhões de euros e desenvolve-se na sala de um antigo posto da GNR, transformado na Startup Braga, a incubadora que viu angariar 26,8 milhões de euros por 115 empresas desde 2014. Três investidores financiaram a start-up com 250 mil euros, permitindo que uma equipa a tempo inteiro desse velocidade ao negócio. Está prevista para estes dias, aliás, a assinatura dos cinco primeiros contratos com hospitais portugueses, de Guimarães a Lisboa.
"Foi um processo longo: um ano e meio até conseguir financiamento e chegar a um produto comercializável", reconhece Miguel Borges, com João Magalhães, chefe de operações, a concretizar o futuro: "Até ao final do ano, a nossa prioridade é reforçar a actividade", em Portugal e além-fronteiras. "Muitos hospitais estão preocupados com a qualidade do serviço e com a gestão do orçamento. Nessa linha, a OncoStats faz todo o sentido", acredita Miguel Borges.
Percurso
Plataforma estende-se a mais áreas
A start-up tentou obter capital numa campanha de "crowdfunding" na Seerds. Acabou por não ver esse financiamento, mas foi assim que conheceu os seus investidores.
Apoios-chave
A OncoStats contou desde o início com a consultoria de Nuno Sousa, vice-presidente da Escola de Medicina da Universidade Minho - distinguida este mês com o Prémio Corino de Andrade pelo trabalho de formação e investigação - e António Murta, sócio da empresa de investimentos Pathena. No ano passado, três investidores (que conheceram depois de uma campanha na Seedrs) - Brain Capital, o fundo da Startup Braga e um particular - financiaram a start-up com 250 mil euros.
Pedras no caminho
Os cinco primeiros clientes da OncoStats vão usufruir da licença do software a custo zero. O objectivo da start-up é gerar valor numa fase seguinte, através da análise da informação inserida no sistema. Ao mesmo tempo, a equipa reconhece que se aventurou num "mercado burocrático", em que "as respostas são muito morosas", como sublinha Miguel Borges, o presidente executivo.
Objectivos no curto prazo
No final do ano passado, o uso da ferramenta estendeu-se ao cancro colorrectal. Pulmão e próstata serão as áreas seguintes. Outro objectivo é que a plataforma digital possa também ser utilizada por enfermeiros e farmacêuticos, bem como por entidades reguladoras da saúde e outros agentes em comunicação com unidades hospitalares.
"Três meses foram suficientes para montar um protótipo", em conjunto com dois amigos, um médico (Firmino Machado) e um engenheiro informático (Roberto Machado). "Levámo-lo ao Congresso Nacional de Oncologia e ganhámos o primeiro prémio nas apresentações." Foi o arranque para a start-up OncoStats, como conta Miguel Borges, hoje presidente executivo, há pouco tempo "um miúdo acabado de sair do curso de Medicina".
O produto é visualmente simples: um formulário com vários campos de preenchimento (como dosagens terapêuticas, história familiar, exames auxiliares de diagnóstico, metastatizações ou sintomas) e o desenho de um dorso feminino no qual se pode clicar para assinalar o tipo e o tamanho do mal, o tumor. O quadro clínico pode ser comparado no momento com as recomendações médicas mundiais e, em menos de um minuto, é gerado um ficheiro com todas as notas sobre o doente, sem 'letra de médico'. "A informação pode ser enviada para um centro especializado dos Estados Unidos, por exemplo, caso se queira ouvir outra opinião", ilustra Miguel Borges, que assegura que a análise automatizada de dados permite alcançar "resultados de um valor imenso".
Entrada em cinco hospitais
A OncoStats está avaliada em dois milhões de euros e desenvolve-se na sala de um antigo posto da GNR, transformado na Startup Braga, a incubadora que viu angariar 26,8 milhões de euros por 115 empresas desde 2014. Três investidores financiaram a start-up com 250 mil euros, permitindo que uma equipa a tempo inteiro desse velocidade ao negócio. Está prevista para estes dias, aliás, a assinatura dos cinco primeiros contratos com hospitais portugueses, de Guimarães a Lisboa.
"Foi um processo longo: um ano e meio até conseguir financiamento e chegar a um produto comercializável", reconhece Miguel Borges, com João Magalhães, chefe de operações, a concretizar o futuro: "Até ao final do ano, a nossa prioridade é reforçar a actividade", em Portugal e além-fronteiras. "Muitos hospitais estão preocupados com a qualidade do serviço e com a gestão do orçamento. Nessa linha, a OncoStats faz todo o sentido", acredita Miguel Borges.
Percurso
Plataforma estende-se a mais áreas
A start-up tentou obter capital numa campanha de "crowdfunding" na Seerds. Acabou por não ver esse financiamento, mas foi assim que conheceu os seus investidores.
Apoios-chave
A OncoStats contou desde o início com a consultoria de Nuno Sousa, vice-presidente da Escola de Medicina da Universidade Minho - distinguida este mês com o Prémio Corino de Andrade pelo trabalho de formação e investigação - e António Murta, sócio da empresa de investimentos Pathena. No ano passado, três investidores (que conheceram depois de uma campanha na Seedrs) - Brain Capital, o fundo da Startup Braga e um particular - financiaram a start-up com 250 mil euros.
Pedras no caminho
Os cinco primeiros clientes da OncoStats vão usufruir da licença do software a custo zero. O objectivo da start-up é gerar valor numa fase seguinte, através da análise da informação inserida no sistema. Ao mesmo tempo, a equipa reconhece que se aventurou num "mercado burocrático", em que "as respostas são muito morosas", como sublinha Miguel Borges, o presidente executivo.
Objectivos no curto prazo
No final do ano passado, o uso da ferramenta estendeu-se ao cancro colorrectal. Pulmão e próstata serão as áreas seguintes. Outro objectivo é que a plataforma digital possa também ser utilizada por enfermeiros e farmacêuticos, bem como por entidades reguladoras da saúde e outros agentes em comunicação com unidades hospitalares.