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"Se não controlarmos a inflação, o comportamento dos agentes económicos induzirá uma recessão e a inflação eliminará os ganhos significativos nos salários, emprego e poupança dos últimos anos", avisou Mário Centeno, no 5.º Grande Encontro Banca do Futuro, organizado pelo Jornal de Negócios. Salientou que "não agir teria um custo recessivo maior do que aquele que o aumento das taxas de juro pode provocar".
Em relação ao sistema bancário, sublinhou que os "passos que deu nos últimos anos foram determinantes para um futuro de sucesso". No final de 2015, três quartos dos ativos e dos depósitos da banca portuguesa estavam em instituições com o futuro comprometido. A evolução do setor bancário português ao longo dos últimos anos caracterizou-se por um reforço da posição de capital, dos níveis de liquidez, de melhoria da qualidade do crédito e de aumento da rendibilidade.
"Hoje vivemos os frutos dessa inversão, hoje vivemos o futuro. Os prémios de juros que pagávamos, deixámos de pagar. Os crónicos défices orçamentais que tínhamos, deixámos de ter. A dívida, pública e privada, que não parava de crescer, caiu. Entre famílias e empresas são menos 70 mil milhões de euros, em termos reais, na última década", considerou Mário Centeno.
Para o governador do Banco de Portugal, os principais fatores de risco do sistema bancário passam pela inflação elevada e persistente, pelo aumento abrupto das taxas de juro e pelo abrandamento forte da atividade económica. Na sua análise, no curto e médio prazo, as taxas de juro estruturalmente mais elevadas "deverão ter um efeito favorável sobre a margem financeira. Potenciarão uma maior diversificação da carteira de dívida pública, mas também poderão resultar na desvalorização da carteira de ativos".
Ciber-risco e clima
Mas, Mário Centeno alertou que, com taxas de juro mais altas, a margem financeira dos bancos pode ser pressionada pelos custos de financiamento de mercado dos bancos, em particular, no âmbito do cumprimento do requisito mínimo de fundos próprios e passivos elegíveis.
Por sua vez, "a subida dos custos de financiamento, num quadro de deterioração das expectativas económicas, poderá resultar numa menor procura por crédito e numa redução na capacidade de cumprimento das obrigações contratuais por parte dos devedores. Materializando-se num aumento do risco de crédito para o sistema bancário e refletindo-se num aumento das imparidades", disse Mário Centeno. Adiantou ainda que "não se espera, contudo, um aumento abrupto na materialização do risco de crédito que ponha em causa a estabilidade do sistema financeiro".
Na sua intervenção, referiu ainda como grandes desafios da banca o ciber-risco, as alterações regulamentares em curso em Portugal e na Europa e o risco financeiro que as alterações climáticas representam. Num apelo final, Mário Centeno disse que "o reflexo das subidas das taxas de juro deve fazer-se sentir nos depósitos, para que a poupança passe a ter outro significado".
Em relação ao sistema bancário, sublinhou que os "passos que deu nos últimos anos foram determinantes para um futuro de sucesso". No final de 2015, três quartos dos ativos e dos depósitos da banca portuguesa estavam em instituições com o futuro comprometido. A evolução do setor bancário português ao longo dos últimos anos caracterizou-se por um reforço da posição de capital, dos níveis de liquidez, de melhoria da qualidade do crédito e de aumento da rendibilidade.
"Hoje vivemos os frutos dessa inversão, hoje vivemos o futuro. Os prémios de juros que pagávamos, deixámos de pagar. Os crónicos défices orçamentais que tínhamos, deixámos de ter. A dívida, pública e privada, que não parava de crescer, caiu. Entre famílias e empresas são menos 70 mil milhões de euros, em termos reais, na última década", considerou Mário Centeno.
Para o governador do Banco de Portugal, os principais fatores de risco do sistema bancário passam pela inflação elevada e persistente, pelo aumento abrupto das taxas de juro e pelo abrandamento forte da atividade económica. Na sua análise, no curto e médio prazo, as taxas de juro estruturalmente mais elevadas "deverão ter um efeito favorável sobre a margem financeira. Potenciarão uma maior diversificação da carteira de dívida pública, mas também poderão resultar na desvalorização da carteira de ativos".
Ciber-risco e clima
Mas, Mário Centeno alertou que, com taxas de juro mais altas, a margem financeira dos bancos pode ser pressionada pelos custos de financiamento de mercado dos bancos, em particular, no âmbito do cumprimento do requisito mínimo de fundos próprios e passivos elegíveis.
Por sua vez, "a subida dos custos de financiamento, num quadro de deterioração das expectativas económicas, poderá resultar numa menor procura por crédito e numa redução na capacidade de cumprimento das obrigações contratuais por parte dos devedores. Materializando-se num aumento do risco de crédito para o sistema bancário e refletindo-se num aumento das imparidades", disse Mário Centeno. Adiantou ainda que "não se espera, contudo, um aumento abrupto na materialização do risco de crédito que ponha em causa a estabilidade do sistema financeiro".
Na sua intervenção, referiu ainda como grandes desafios da banca o ciber-risco, as alterações regulamentares em curso em Portugal e na Europa e o risco financeiro que as alterações climáticas representam. Num apelo final, Mário Centeno disse que "o reflexo das subidas das taxas de juro deve fazer-se sentir nos depósitos, para que a poupança passe a ter outro significado".