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"O setor financeiro tem sido conservador na aplicação da inteligência artificial como tem de ser", sublinhou Afonso Eça, diretor executivo do Centro de Excelência para a Inovação e Novos Negócios do BPI, no 5.º Grande Encontro Banca do Futuro, organizado pelo Jornal de Negócios. O setor financeiro tem utilizado a inteligência artificial sobretudo na melhoria de processos, substituindo pessoas, na monitorização como a deteção de fraudes, o branqueamento de capitais e, ainda, na análise de risco. Mas, como sublinha Afonso Eça, "depois há a inteligência artificial que está nas aplicações que utilizamos no dia a dia, como as das big tech". E a banca não vai deixar de evoluir nesse sentido.
"A inteligência artificial traz também questões maiores, como a ética e os riscos. Diria que, mais do que uma tendência, é uma coisa com que iremos conviver no dia a dia e que provavelmente será alvo de regulação e de alguma limitação", salientou Afonso Eça.
Nesta dimensão ética, João Fonseca, consulting banking lead partner da Deloitte, sublinha que não consegue imaginar a evolução da inteligência artificial, mas concorda que levanta questões éticas complicadas. Deu o exemplo dos algoritmos, no que toca à modelação de risco, com os critérios de decisão para aprovação de um crédito. "Hoje a máquina toma decisões de crédito melhor do que um humano, mas este explica e a máquina não. Em cada questão tecnológica há uma questão humana que tem de ser vista porque, no fundo, os clientes são humanos e as pessoas que estão ao balcão também", disse João Fonseca.
Por sua vez, Manuel Requicha Ferreira, sócio da sociedade de advogados Cuatrecasas, informou que "há uma proposta da Comissão Europeia que vai exigir, por exemplo, que, mesmo que haja um algoritmo e uma definição dos critérios que levaram à aceitação ou recusa de um crédito, vai exigir a hipótese de recurso e a possibilidade de essa decisão ser tomada por uma pessoa física".
A cibersegurança
Esta digitalização acelerada baseada na produção, profusão e circulação de dados é campo aberto para ataques cibernéticos. "Ao termos maiores interligações entre sistemas de instituições, de parcerias, de maior abertura, aumentamos os riscos", explica Afonso Eça.
Na sua opinião, a cibersegurança implica que os bancos sejam "mais cautelosos e mais conservadores" em termos de desenvolvimento de produto, de serviço para os nossos clientes, e de ferramentas aos nossos colaboradores. "Hoje pensa-se primeiro nos riscos e depois na tecnologia", considera João Fonseca.
"No cibercrime não se trata de um ataque ou de um grupo que faz ataques, falamos de uma indústria de grupos industrializados ou de empresas especializadas, que geram milhões para não dizer biliões, que têm técnicas muito avançadas, e que estão mais à frente que as próprias instituições", afirma Nuno Sousa, Financial Services director da Claranet.
Para Nuno Sousa, a tecnologia é um fator em que é mais fácil investir, mas paralelamente devia-se formar as pessoas para saberem como lidar com essas situações. "É importante haver a especialização de conhecimento de uma forma generalizada dos utilizadores dos bancos."
"A inteligência artificial traz também questões maiores, como a ética e os riscos. Diria que, mais do que uma tendência, é uma coisa com que iremos conviver no dia a dia e que provavelmente será alvo de regulação e de alguma limitação", salientou Afonso Eça.
Nesta dimensão ética, João Fonseca, consulting banking lead partner da Deloitte, sublinha que não consegue imaginar a evolução da inteligência artificial, mas concorda que levanta questões éticas complicadas. Deu o exemplo dos algoritmos, no que toca à modelação de risco, com os critérios de decisão para aprovação de um crédito. "Hoje a máquina toma decisões de crédito melhor do que um humano, mas este explica e a máquina não. Em cada questão tecnológica há uma questão humana que tem de ser vista porque, no fundo, os clientes são humanos e as pessoas que estão ao balcão também", disse João Fonseca.
Por sua vez, Manuel Requicha Ferreira, sócio da sociedade de advogados Cuatrecasas, informou que "há uma proposta da Comissão Europeia que vai exigir, por exemplo, que, mesmo que haja um algoritmo e uma definição dos critérios que levaram à aceitação ou recusa de um crédito, vai exigir a hipótese de recurso e a possibilidade de essa decisão ser tomada por uma pessoa física".
A cibersegurança
Esta digitalização acelerada baseada na produção, profusão e circulação de dados é campo aberto para ataques cibernéticos. "Ao termos maiores interligações entre sistemas de instituições, de parcerias, de maior abertura, aumentamos os riscos", explica Afonso Eça.
Na sua opinião, a cibersegurança implica que os bancos sejam "mais cautelosos e mais conservadores" em termos de desenvolvimento de produto, de serviço para os nossos clientes, e de ferramentas aos nossos colaboradores. "Hoje pensa-se primeiro nos riscos e depois na tecnologia", considera João Fonseca.
"No cibercrime não se trata de um ataque ou de um grupo que faz ataques, falamos de uma indústria de grupos industrializados ou de empresas especializadas, que geram milhões para não dizer biliões, que têm técnicas muito avançadas, e que estão mais à frente que as próprias instituições", afirma Nuno Sousa, Financial Services director da Claranet.
Para Nuno Sousa, a tecnologia é um fator em que é mais fácil investir, mas paralelamente devia-se formar as pessoas para saberem como lidar com essas situações. "É importante haver a especialização de conhecimento de uma forma generalizada dos utilizadores dos bancos."