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Número de portugueses em incumprimento desce para níveis antes do resgate

Lista de incumpridores encolheu em 16.862 ao longo do ano passado.

Reuters
20 de Fevereiro de 2014 às 12:19
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O número de portugueses com prestações do crédito em atraso voltou a encolher. Recuou no último trimestre do ano, pelo terceiro trimestre consecutivo. Ao todo, são agora 661.694 os devedores em situação de incumprimento, o número mais baixo desde o arranque de 2011, antes do pedido de assistência financeira de Portugal. Representam 14,9% do total de titulares de crédito junto da banca.

O número total de devedores diminuiu em 1.258 nos últimos três meses do ano passado, segundo os dados da Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal. Isto depois de ter registado uma descida expressiva nos três meses anteriores: desapareceram 28 mil portugueses da lista de incumpridores. No final de 2013, face ao final de 2012, havia menos 16.862 portugueses com crédito em incumprimento.

São números que devem ser interpretados "muito favoravelmente", diz Paula Carvalho ao Negócios. A economista-chefe do BPI acredita que muito desta evolução fica a dever-se à melhoria no mercado de trabalho. "Verifica-se uma relação bastante estreita entre a taxa de desemprego e os rácios de incumprimento de particulares", diz. A taxa de desemprego caiu para 15,3% no último trimestre de 2013.

Além disso, a actuação da banca também terá contribuído para que os números não se agravassem. "Durante muitos meses o volume de crédito concedido foi baixo e com critérios apertados [traduzidos em rácios de financiamento face à avaliação inferiores e "spreads" mais altos], pelo que é normal que o incumprimento vá baixando", defende Filipe Garcia, economista do IMF.

Menos dívidas no consumo

No último trimestre assistiu-se a um agravamento no número de casos em incumprimento nos créditos ao consumo e outros: da lista passaram a constar mais 1.180 nomes do que no trimestre terminado em Setembro. Contudo, no acumulado do ano foi nestes segmentos que se verificou a redução mais expressiva, com a lista de incumpridores a reduzir-se em 5,1% para 601.749.

De acordo com os dados da Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal, no caso do crédito para a compra de casa, tipicamente o último financiamento que as famílias deixam de pagar à banca, o número de incumpridores caiu no trimestre (426), mantendo a tendência do ano. No final de 2013, o número de portugueses em falta junto das instituições financeiras baixou para 145.766, o nível mais baixo desde Dezembro de 2011.

Malparado em mínimos

A queda no número de portugueses em incumprimento é consistente com os dados referentes ao malparado, no final do ano passado. Segundo os dados provisórios do Banco de Portugal, em Dezembro, os bancos viram o valor de crédito malparado diminuir para valores idênticos aos observados em Julho de 2013. No total, o valor dos incobráveis ascende a 16,79 mil milhões de euros, ou 7,38% do total dos financiamentos concedidos.

As cobranças duvidosas das famílias diminuíram para 3,98% do total de financiamentos (tendência observada em todas as finalidades do crédito). "A economia portuguesa está num processo de estabilização e até de um ligeiro crescimento. É natural que as componentes relativas ao crédito estejam também a estabilizar", diz Filipe Garcia, explicando a descida registada no malparado.

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(Notícia publicada, inicialmente no dia 12 de Fevereiro, depois do Banco de Portugal ter divulgado os números através do BPStat)

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