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Juros sobem ligeiramente na manhã a seguir à emissão de dívida a 10 anos
Menos apetite pelo risco nos mercados internacionais está a fazer subir ligeiramente os juros da dívida dos países “periféricos”, com analistas a elogiarem o resultado da emissão de dívida a 10 anos.
A taxa implícita da dívida a 10 anos sobe um ponto-base para 5,53% no mercado secundário, ainda abaixo do custo suportado na emissão de obrigações do Tesouro a 10 anos realizada na terça-feira.
As taxas nos prazos mais curtos seguem igualmente estáveis, depois de terem sido as mais beneficiadas na sessão de segunda-feira. Isto porque os investidores assumem que a emissão a 10 anos aproxima Portugal da elegibilidade para o programa do BCE, que admite intervir nos prazos mais curtos.
No entanto, ao Negócios, porta-voz do BCE disse terça-feira que "o BCE regista a colocação bem-sucedida de obrigações a 10 anos como mais um passo importante para Portugal na reconquista do acesso ao mercado".
"A colocação bem-sucedida reflecte o reconhecimento, por parte dos participantes do mercado, do compromisso das autoridades portuguesas na execução das reformas direccionadas para a melhoria da competitividade do País e das perspectivas de crescimento no futuro", acrescenta, sem se comprometer com a qualificação do País para o "Outright Monetary Transactions" (OMT).
Ainda assim, os analistas não poupam elogios à emissão de Portugal, apesar do custo relativamente elevado. “Não se deve subestimar a importância da emissão sindicada de dívida a 10 anos por Portugal”, escreve Padhraic Garvey, analista do ING. O especialista destaca que o custo foi mais elevado do que a emissão de Irlanda em Março, mas recorda que a Irlanda tem “rating” de “grau de investimento” em duas das três principais agências.