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Setor do luxo impulsiona Europa. Richemont sobe 14%
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quinta-feira.
Setor do luxo impulsiona Europa. Richemont sobe 14%
Os principais índices europeus estão a negociar em alta, à exceção do espanhol Ibex que perde ligeiramente, dando continuidade aos fortes ganhos registados na sessão de ontem, à boleia da inflação subjacente nos EUA.
O índice de referência europeu, o Stoxx 600, sobe 0,63% para 518,24 pontos, com grande impulso vindo do setor dos "housegoods", que salta mais de 4%. Também a dar grandes ganhos ao "benchmark" está o setor do retalho, o das tecnologias e dos recursos básicos.
Os resultados positivos da Richemont reacenderam o otimismo no setor do luxo. As ações da dona da Cartier chegaram a subir 14%, contagiando a das congéneres LVMH (mais de 8%) e as da Hermés (mais de 5%).
Os resultados da Richemont foram, para o mercado, um sinal positivo para o setor durante a época de festas de fim de ano e proporcionam algum alívio face à fraca procura por parte da China. O índice da Goldman Sachs sobre o setor na Europa registou a maior subida desde março de 2022.
A Zalando subiu 15,6% após ter revelado que esperava que os lucros de 2024 superassem as próprias previsões.
As fabricantes de semicondutores europeias estão a subir, contagiadas pelo lucro trimestral recorde da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co (TSMC). A ASML Holding chegou a avançar 4,9% e o setor na Europa ganha 1,4%.
Já a Airbus avançou 11%, resultado da nomeação do Morgan Stanley como a sua principal escolha entre as empresas aeroespaciais.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 é quem regista a maior subida de 1,74%. Já o alemão DAX soma 0,16%, o italiano FTSE MIB ganhou 0,81%, o britânico FTSE 100 aumenta 0,69% e, em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,93%. Em contraciclo, o espanhol IBEX 35 perde 0,07%.
Juros da Zona Euro registam agravamento
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se esta quinta-feira, no dia em que Espanha volta ao mercado de dívida e serão reveladas as atas do último encontro de política monetária do Banco Central Europeu. Os investidores vão tentar perceber qual o apetite dos governadores em relação a novos cortes nas taxas de juro.
Por cá, as "yields" da dívida portuguesa a dez anos agravam-se 2,5 pontos e voltam a estar acima dos 3%, ainda que ligeiramente (3,001%). No país vizinho, a rendibilidade da dívida espanhola sobe 2,4 pontos para 3,229% e a da italiana cresceu 1,7 pontos para 3,711%.
Já os juros das Bunds alemãs a 10 anos, de referência para a Zona Euro, subiram 1,8 pontos base para 2,576% e as "yields" equivalentes de França registam um acréscimo de 1,7 pontos base para 3,369%.
Fora da Zona Euro, as "Gilts" britânicas agravam-se em 0,5 pontos base para 4,733%. As "yields" estão a reagir aos números do PIB de novembro, mais fracos do que o esperado, com os investidores a apostarem em cortes do Banco de Inglaterra (BoE) em fevereiro.
Aliás, o novo responsável pela política monetária do BoE, Alan Taylor, afirmou que as taxas de juro poderão ter de descer até 150 pontos base nos próximos 12 meses, em declarações feitas esta quarta-feira, avança a Bloomberg.
Inflação subjacente atira dólar ao chão. Iene em máximos de um mês
A nota verde está a negociar na linha d'água face ao euro, perdendo força depois de a inflação subjacente nos Estados Unidos ter desacelerado.
O relatório ampliou os ganhos da divisa nipónica, já que as apostas num corte de juros pela Reserva Federal surgem na mesma altura em que se prevê que o Banco do Japão aumente as taxas em 25 pontos base na próxima semana.
Ouro sobe, mas perde força como ativo-refúgio
Os preços do ouro estão a registar ganhos ligeiros esta quinta-feira, depois de terem atingido máximos de um mês, impulsionados pela queda inesperada da inflação subjacente nos Estados Unidos, esta quarta-feira divulgada.
O ouro avança 0,12% para 2.699,45 dólares por onça.
"O relatório de ontem apoiou a procura de metais preciosos, uma vez que os progressos na desinflação podem levar a Reserva Federal a flexibilizar a política monetária, reduzindo o custo de deter ativos não rentáveis", explicou à Reuters Jigar Trivedi, analista da Reliance Securities.
Em contraciclo, o acordo de cessar fogo entre Israel e o Hamas travou os ganhos do metal amarelo, que perdeu alguma força como ativo-refúgio.
Ainda assim, há ainda uma incerteza que segue nos próximos meses: as políticas do novo Governo do Presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
Petróleo continua a avançar mesmo com cessar-fogo em Gaza
Mesmo que o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas tenha sido um "travão" nos ganhos do petróleo na sessão de ontem, os preços do crude continuam a subir à boleia da mais longa série de quedas dos "stocks" da matéria-prima nos EUA, atingindo o valor mais baixo desde abril de 2022.
Também as sanções que a administração de Joe Biden impôs ao mercado energético russo, no início da semana, continuam a sustentar os ganhos. Aliás, a Agência Internacional da Energia alertou mesmo que as punições podem "perturbar significativamente" as cadeias de abastecimento e distribuição do país.
O contrato de fevereiro do West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – soma 0,32% para os 80,30 dólares por barril. Já o contrato de março do Brent – de referência para o continente europeu – ganha 0,23% para os 82,22 dólares, depois de ontem ter chegado a subir 2,6%. Desde o início do ano, o Brent já ganhou 10%.
"As sanções contra a Rússia, combinadas com uma procura resistente por parte da China e do resto do mundo, desencadearam uma reavaliação significativa nos preços do petróleo", disse à Bloomberg Anindya Banerjee, da Kotak Securities.
Europa deve juntar-se a Ásia e Wall Street no "rally" após inflação nos EUA
As bolsas europeias preparam-se para abrir em alta, à semelhança dos índices asiáticos e norte-americanos, com os investidores a reagirem ao mais recente relatório de inflação nos EUA, que revela que a inflação subjacente está a desacelerar - cenário que mantém vivas as esperanças do mercado num corte de juros da Reserva Federal em 2025.
"O apetite pelo risco em toda a região melhorou com os dados sobre a inflação nos EUA", disse Jun Rong Yeap, estratega da IG Asia, à Bloomberg. "Embora os decisores políticos dos EUA ainda queiram ver mais progressos, no sentido de se chegar à meta da inflação da Fed, antes de considerarem outro corte nas taxas, os dados ajudaram a mudar o calendário para o próximo corte nas taxas", acrescentou.
O sentimento de otimismo contagiou as ações asiáticas, que negoceiam em alta pelo terceiro dia consecutivo, mesmo com uma subida do iene face ao dólar, depois do Banco do Japão ter ontem admitido que poderia proceder a um aumento dos juros na próxima semana. Isto desde que a chegada de Donald Trump à Casa Branca não traga surpresas negativas.
Na China, em Hong Kong, o Hang Seng ganha 1,2%, enquanto o Shanghai Composite avança 0,3%. Em contraciclo, no Japão, o Topix ganha ligeiramente, 0,1% e o Nikkei valoriza 0,33%. Na Coreia do Sul, o Kospi sobe 1,23%.
Os investidores vão estar hoje atentos às atas da última reunião do Banco Central Europeu, no mesmo dia em que o Departamento de Trabalho norte-americano deve publicar os pedidos iniciais de subsídio de desemprego e as vendas a retalho.