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Juros em Angola chegam aos 16%. É o terceiro aumento este ano

Banco Nacional de Angola diz que "prestou particular atenção à trajectória recente dos preços na economia nacional" tendo sido "notado, com preocupação", a persistência da inflação mensal, com os preços a subirem mais de 3% em Luanda.

Reuters
01 de Julho de 2016 às 10:44
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A taxa básica de juro angolana subiu para 16 por cento por decisão do Banco Nacional de Angola (BNA), repetindo o aumento de dois pontos percentuais em Março, renovando máximos, foi hoje divulgado.

A decisão consta do comunicado final da reunião mensal do Conselho de Política Monetária (CPM) do BNA, realizada na quinta-feira, em Luanda, para avaliar os indicadores de crescimento económico e as contas fiscais e monetárias de maio.

"O aumento das taxas de juro directoras do Banco Nacional de Angola tem como objectivo sinalizar a economia relativamente à remuneração de activos e passivos, com realce para o incentivo à poupança", justifica a instituição.

A taxa de juro, cujas variações podem servir para controlar a evolução da inflação - 30% a um ano em Angola até maio -, esteve fixada até julho de 2014 em 8,75%, após um corte, na altura, de meio ponto percentual.

Aumentou há mais de um ano para 9%, tendo iniciado um ciclo de subidas, com três aumentos só em 2016.

De acordo com o comunicado da reunião de quinta-feira, o CPM "analisou a evolução dos indicadores relativos à economia internacional e nacional" e "foi prestada particular atenção à trajectória recente dos preços na economia nacional" tendo sido "notado, com preocupação", a persistência da inflação mensal, com os preços a subirem mais de 3% em Luanda.

"A redução das receitas de exportação e a menor disponibilidade de divisas na economia, como resultado da baixa do preço do petróleo no mercado internacional, tem afectado severamente e de forma negativa a oferta de bens e serviços no mercado interno e, consequentemente, fazendo aumentar de forma acentuada o nível geral dos preços", refere a informação do CPM.

Devido à crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo, Angola viu reduzir a receita fiscal para menos de metade em 2015, assim como a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares, cujos preços dispararam.

"Face à escassez de divisas que se observa na economia e tendo em conta as prioridades definidas pelo Executivo angolano na estratégia para a saída da crise, derivada da queda do preço do petróleo no mercado internacional, o CPM recomenda o uso racional das disponibilidades cambiais colocadas à disposição dos agentes económicos, salvaguardando a estabilidade cambial, bem como a satisfação das necessidades essenciais da população", lê-se ainda.

Na sequência da análise à evolução dos principais indicadores macroeconómicos e além de aumentar a taxa básica de juro de 14 para 16% ao ano, o BNA decidiu subir a taxa de juro de facilidade permanente de cedência de liquidez de 16 para 20% ao ano e da taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez a sete dias de 2,25 para 7,25% ao ano.
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