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Juros da dívida portuguesa caem mais de 20 pontos base em todos os prazos

“Yield” das obrigações regressa aos níveis de sexta-feira da semana passada. Investidores parecem mostrar confiança na obtenção de um acordo de salvação nacional, apesar de as notícias em Portugal apontarem em sentido contrário.

19 de Julho de 2013 às 13:00
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Os juros da dívida pública portuguesa acentuaram a queda e estão agora a descer mais de 20 pontos base em todas as maturidades, regressando assim aos níveis de sexta-feira passada, dia em que as palavras de António José Seguro assustaram os investidores.

 

A taxa genérica das obrigações do tesouro com prazo de 10 anos baixou a barreira dos 7%, estando a ceder 23,6 pontos base para 6,78%, estreitando o spread face à dívida alemã para 527 pontos base. Nas restantes maturidades a tendência é igualmente de queda acentuada, com os juros dos títulos a cinco anos a descerem 23 pontos base para 6,35% e no prazo a dois anos a descerem também 23 pontos base para 5,05%.

 

Já ontem os juros tinham descido de forma mais acentuada, o que de acordo com analistas ouvidos pelo Negócios, poderá traduzir a perspectiva dos investidores quanto a um eventual entendimento dos partidos políticos nacionais. Mas para o qual contribuiu também Ben Bernanke, com a promessa de manter a política monetária acomodatícia nos EUA.

 

"A queda de quase 20 pontos-base [de quinta-feira] poderá querer dizer que os investidores acreditam que poderá haver algum acordo" entre o PSD, o PP e o PS, diz Luca Jellinek, responsável pela estratégia em dívida europeia do Crédit Agricole. "Os políticos portugueses aparentam estar a progredir no sentido de um acordo", acreditam Holger Schmieding e Christian Schulz, do Berenberg, antecipando o apoio do PS às medidas de austeridade e reforma do Estado até ao final do programa da troika, em 2014.

 

Numa nota hoje citada pela Bloomberg, o Credit Suisse diz que não pode ser descartado um envolvimento dos privados numa eventual reestruturação da dívida portuguesa, sendo que o cenário mais favorável poderá passar por um “rollover” voluntário de dívida. O banco francês diz que a recente crise política torna mais difícil o regresso aos mercados em 2014 e que Portugal precisará de um segundo resgate algures no próximo ano.

 

Os partidos estão hoje no sexto dia de negociações, sendo que parece não estar fácil um entendimento, já que o PS estará disponível para o corte de 4,7 mil milhões de euros na despesa. O partido liderado por Seguro adiou para esta noite a reunião da comissão política, sendo que o prazo fixado pelos três partidos para que um acordo seja alcançado termina no Domingo.

 

Esta redução das taxas exigidas pelos investidores no mercado secundário não é, contudo, um exclusivo de Portugal, ainda que tenha tido maior expressão nas obrigações do Tesouro. Os títulos de dívida da generalidade dos países da Zona Euro estão hoje de novo em alta, reduzindo-se a "yield" das obrigações, com o mercado a reagir às declarações de Ben Bernanke no Congresso.

 

O presidente da Fed "deu alguma segurança aos mercados, prometendo manter uma política monetária acomodatícia", sublinhou o estratego do Crédit Agricole. "Isso é um factor que pode estar a ajudar os países da periferia da Zona Euro e outros activos de risco", rematou.

 

Em Itália o juro dos títulos da dívida a 10 anos cai 3 pontos base para 4,37% e em Espanha, na mesma maturidade, a “yield” desce 1 ponto base para 4,65%. 

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