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Juros da dívida a 10 anos baixam dos 7% com expectativa de acordo entre partidos

“Yield” das obrigações regressa aos níveis de sexta-feira da semana passada. Analistas ouvidos pelo Negócios confiam na obtenção de um acordo de salvação nacional.

Bloomberg
19 de Julho de 2013 às 09:23
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Os juros da dívida pública portuguesa estão em queda ligeira esta sexta-feira, com a “yield” das obrigações a dez anos a quebrar de novo em baixa a barreira dos 7%, regressando assim aos níveis de sexta-feira passado, dia em que as palavras de António José Seguro assustaram os investidores.

 

Já ontem os juros tinham descido de forma mais acentuada, o que de acordo com analistas ouvidos pelo Negócios, poderá traduzir a perspectiva dos investidores quanto a um eventual entendimento dos partidos políticos nacionais. Mas para o qual contribuiu também Ben Bernanke, com a promessa de manter a política monetária acomodatícia nos EUA.

 

"A queda de quase 20 pontos-base [de quinta-feira] poderá querer dizer que os investidores acreditam que poderá haver algum acordo" entre o PSD, o PP e o PS, diz Luca Jellinek, responsável pela estratégia em dívida europeia do Crédit Agricole. "Os políticos portugueses aparentam estar a progredir no sentido de um acordo", acreditam Holger Schmieding e Christian Schulz, do Berenberg, antecipando o apoio do PS às medidas de austeridade e reforma do Estado até ao final do programa da troika, em 2014.

 

Os partidos partem hoje para o sexto dia de negociações, sendo que parece não estar fácil um entendimento, já que o PS não parece aceitar o corte de 4,7 mil milhões de euros na despesa. O partido liderado por Seguro adiou para esta noite a reunião da comissão política, sendo que o prazo fixado pelos três partidos para que um acordo seja alcançado termina no Domingo.

 

Esta redução das taxas exigidas pelos investidores no mercado secundário não é, contudo, um exclusivo de Portugal, ainda que tenha tido maior expressão nas obrigações do Tesouro. Os títulos de dívida da generalidade dos países da Zona Euro estão hoje de novo em alta, reduzindo-se a "yield" das obrigações, com o mercado a reagir às declarações de Ben Bernanke no Congresso.

 

O presidente da Fed "deu alguma segurança aos mercados, prometendo manter uma política monetária acomodatícia", sublinhou o estratego do Crédit Agricole. "Isso é um factor que pode estar a ajudar os países da periferia da Zona Euro e outros activos de risco", rematou.

 

O juro da dívida a 10 anos recua hoje 4 pontos base para 6,98%, sendo que o “spread” face à Alemanha baixa para 546 pontos base. No prazo a cinco anos a “yield” está estável em 6,58%.

 

Em Itália o juro dos títulos da dívida a 10 anos cai 4 pontos base para 4,36% e em Espanha, na mesma maturidade, a “yield” desce 1 ponto base para 4,65%. 

 

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