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Citigroup: Ameaça da S&P com impacto limitado na dívida portuguesa
Banco de investimento salienta que mais importante para a evolução dos juros portugueses será o compromisso político para implementar reformas, as perspectivas económicas e o ritmo de acesso aos mercados.
O Citigroup prevê um impacto limitado da decisão da Standard & Poor’s em colocar o “rating” de Portugal em “vigilância negativa”, uma vez que os motivos que a justificam “não são sistémicos”.
Numa nota a clientes citada pela Bloomberg, o economista Peter Goves salienta que o “rating” de Portugal já está na categoria de “lixo” e que mesmo um corte de um nível, “não deverá ter um impacto material” por si só na evolução os juros da dívida pública portuguesa.
A S&P manteve o "rating" do País em "BB", dois níveis abaixo do patamar considerado de "lixo", reiterando também a "negativa”. Contudo, colocou a notação financeira em “vigilância negativa”, o que poderá implicar um novo corte em três meses.
Podemos baixar o ‘rating’ nos próximos meses se o desempenho orçamental ficar aquém do estimado, os planos de reforma falharem, o apoio oficial [BCE, FMI e Comissão Europeia] comece a faltar ou se as tensões políticas aumentarem e levarem a atrasos no orçamento do Estado de 2014 ou nas revisões” do programa de ajustamento português, explicou a S&P.
O Citigroup assinala que mais importante para a evolução das “yields” e do “spread” das obrigações portuguesas será o compromisso político para implementar reformas, as perspectivas económicas e o ritmo de acesso aos mercados.
Os juros da dívida pública portuguesa estão a recuar na abertura da sessão de quinta-feira, com uma queda de 6 pontos base para 7,12%, beneficiando com a decisão da Reserva Federal em manter os estímulos à economia norte-americana. Noutros países europeus, como Espanha e Itália, a queda dos juros é mais acentuada, aproximando-se dos 20 pontos base.