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"A inflação está demasiado alta. E o caminho a seguir é incerto", avisa Jerome Powell

O presidente da Fed indicou que as leituras mensais do índice de preços no consumidor têm sido superiores ao esperado e garantiu que está preparado para manter os juros nos níveis atuais pelo tempo que for necessário.

Responsáveis do banco central liderado por Jerome Powell concordam com política monetária restritiva.
Evelyn Hockstein/Reuters
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A Reserva Federal (Fed) norte-americana está a dar sinais de maior preocupação relativamente à evolução dos preços nos Estados Unidos. Após ter mantido os juros inalterados no nível mais elevado em duas décadas, o presidente Jerome Powell indicou que não tem certezas sobre o futuro.

"A economia fez progressos consideráveis no sentido do nosso mandato duplo [de máximo emprego e estabilidade de preços]. A inflação abrandou substancialmente ao longo do último ano, enquanto o mercado de trabalho se manteve forte. Isso são muito boas notícias. Mas a inflação ainda está demasiado alta. Não estão garantidos novos progressos na sua redução. E o caminho a seguir é incerto", afirmou Powell, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária.

Apesar dos desenvolvimentos no último ano, a inflação tem demonstrado nos últimos meses "falta de progressos" no sentido do objetivo da Fed de 2%, explicou Powell.

O índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) - que é classificado pelo mercado como o indicador preferido da Fed - aumentou em termos homólogos para 2,7% em março. Excluindo as categorias voláteis de produtos alimentares e energéticos, subiu para 2,8%. "Os dados relativos à inflação recebidos até à data este ano têm sido superiores ao previsto", admitiu.

Por essa razão, o Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) decidiu assim que o intervalo da taxas dos fundos federais continua entre 5,25% e 5,5%. Está neste nível, que é o valor mais elevado em duas décadas, desde julho do ano passado.

Powell considera que a política monetária "está bem posicionada para lidar com os riscos e incertezas que enfrentamos na prossecução de ambas as vertentes do nosso duplo mandato". E indicou: "Continuaremos a tomar decisões reunião a reunião".

Antes do encontro, os analistas apontavam para um primeiro corte de juros no último trimestre do ano e três cortes este ano. Questionado sobre se ainda haverá tempo para isso, o presidente da Fed disse que não queria pensar agora nestes termos.

Já em relação a algumas projeções que começam a indicar que a Fed poderá mesmo voltar a subir juros, afastou a opção. "Penso que é pouco provável que a próxima alteração da taxa diretora seja uma subida. Diria que é pouco provável", afirmou, acrescentando que o foco é "ter provas persuasivas de que a nossa orientação política não é suficientemente restritiva para fazer descer a inflação para 2%".

Além dos juros, os decisores da Fed decidiram continuar a reduzir a quantidade de obrigações do Tesouro e de títulos de dívida de agências e de títulos garantidos por hipotecas de agências que são detidas pelo banco central.

Mas a partir de junho irá abrandar o ritmo de redução, cortando o limite de reembolsos mensais de Treasuries de 60 mil milhões de dólares para 25 mil milhões. No caso dos restantes títulos mantém-se em 35 mil milhões de dólares, sendo que vai também reinvestir quaisquer pagamentos de capital que excedam este limite em títulos do Tesouro.

"A decisão de abrandar o ritmo de liquidação não significa que o nosso balanço acabe por diminuir menos do que diminuiria de outra forma. Pelo contrário, permite-nos aproximarmo-nos do seu nível final de forma mais gradual. Em particular, o abrandamento do ritmo de liquidação ajudará a assegurar uma transição harmoniosa, reduzindo a possibilidade de os mercados monetários sofrerem tensões", acrescentou.

(Notícia atualizada às 20:00)
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