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Depósitos das empresas em mínimos de oito anos

As dificuldades de tesouraria e a menor disponibilidade de financiamento junto da banca estão a travar os depósitos das empresas.

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O montante aplicado em Janeiro caiu 30% e foi o mais baixo em quase oito anos. As empresas não só estão a pôr de parte menos dinheiro, como o estão a retirar. Em dois meses o saldo dos depósitos nos bancos emagreceu 4,15 mil milhões.

Os dados estatísticos disponibilizados terça-feira pelo Banco de Portugal mostram que as empresas depositaram 6,6 mil milhões de euros em Janeiro. O que representa uma quebra de 30,3% face ao mesmo mês do ano passado. É preciso recuar a Fevereiro de 2005 para encontrar um número tão baixo.

"Como as empresas não conseguem o mesmo nível de financiamento junto da banca, utilizam os fundos próprios para pagar salários e a fornecedores. Face às dificuldades de tesouraria têm menos dinheiro para pôr de lado", explica Nuno Coelho, economista do BPI.

Estas dificuldades são visíveis também no saldo das contas de depósito nos bancos, que em Janeiro caiu pelo segundo mês consecutivo. Em dois meses as empresas levantaram 4,15 mil milhões de euros, deixando 26,5 mil milhões nos bancos: a soma mais baixa desde Fevereiro de 2007. Além dos factores já mencionados, o economista atribui a queda dos depósitos à falência de empresas e à procura de alternativas para investir a tesouraria, face à diminuição dos juros dos depósitos. Ainda que nos últimos dois meses se tenha assistido a uma inversão, com a remuneração média a passar de 0,77% em Novembro para 1,93% em Janeiro. O que, para Nuno Coelho, pode corresponder a um aumento da concorrência entre os bancos para captarem os recursos das empresas.

Janeiro ficou marcado por novo aumento do crédito às empresas, mas apenas às grandes. Os empréstimos acima de um milhão de euros aumentaram 42,8% em termos homólogos. Já os de montante inferior baixaram 11,5%.

O crédito às famílias também diminuiu, registando um novo mínimo de 512 milhões, dos quais 149 milhões foram para a habitação. Já os depósitos das famílias mantiveram-se estáveis nos 130 mil milhões.

 

(Notícia inicialmente publicada a 12 de Março, aquando da publicação dos dados estatísticos do Banco de Portugal)

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