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Banca dá mais crédito a grandes empresas e menos a famílias
O valor total dos empréstimos concedidos pela banca, em Janeiro, aumentou. Mas esta é uma realidade que se justifica apenas com o financiamento das grandes empresas já que os restantes destinos de crédito caíram.
No total, a banca emprestou 5,2 mil milhões de euros, em Janeiro, o que corresponde ao montante mais elevado desde Julho de 2012, de acordo com os dados preliminares divulgados esta terça-feira, dia 12 de Março, pelo Banco de Portugal. Este valor corresponde a um aumento de 10,5%, ou 495 milhões, face a Dezembro, e de 15,06% quando comparado com igual período do ano passado.
Foram as empresas que absorveram a maior fatia destes novos créditos (4,7 mil milhões de euros), tendo observado mesmo um aumento mensal de 15% e homólogo de 19%. Mas este comportamento é justificado apenas pela evolução dos novos empréstimos acima de um milhão de euros, cujo aumento mensal foi de 35,8%, ou 841 milhões de euros, e o homólogo foi de 42,8%.
As pequenas e médias empresas voltaram a sentir uma redução nos novos financiamentos. Foram menos 222 milhões, ou 12,8%, do que em Dezembro, e menos 197 milhões, ou 11,5% do que em igual período do ano passado.
Já para as famílias, a banca destinou 512 milhões de euros, menos 13% do que em igual período do ano passado. E verificou-se quedas em todos os destinos. Para a compra de casa, a banca emprestou 149 milhões de euros, longe dos tempos áureos em que a banca, só para a aquisição de casa, disponibilizava mais de mil milhões de euros.
No crédito ao consumo a tendência é semelhante, tendo sido financiados 146 milhões de euros. E para o segmento de outros fins – onde se inclui educação, saúde e empresários por conta própria – a banca destinou 217 milhões de euros, em Janeiro, menos 19% do que em igual período do ano passado.
A crise de crédito, que estalou em 2008, veio travar o financiamento da banca à economia. Isto porque o sistema interbancário fechou-se, com medo que outras instituições financeiras, além do Lehman Brothers, falissem. Portugal foi afectado também pela crise de dívida e económica que se instalou.
A banca nacional tem maiores dificuldades em aceder a financiamento, por o país estar sob resgate financeiro, ao mesmo tempo que o risco de incumprimento das famílias e empresas é maior, devido ao aumento do desemprego e à diminuição de rendimentos e à recessão económica que assola Portugal e tem levado a falências entre as empresas.