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Tensão com a Grécia leva juro da dívida portuguesa a 10 anos acima dos 3%

Os receios com a situação na Grécia estão a levar os investidores a penalizarem a dívida dos países periféricos do euro. O "spread" das obrigações portuguesas superou os 220 pontos base.

Mario Proenca/Bloomberg
12 de Junho de 2015 às 16:32
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Os juros da dívida pública dos países do euro estão esta sexta-feira de novo em forte alta, com os investidores a penalizarem os títulos de dívida soberana de Portugal, Espanha e Itália perante as notícias que dão conta das dificuldades num acordo entre Atenas e os credores.


A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos está esta sexta-feira a subir 19 pontos base para 3,08%, muito perto do máximo de Novembro que foi fixado na quarta-feira.  


Com o juro das obrigações alemãs em queda, o "spread" da dívida pública portuguesa a 10 anos está a agravar-se para 223 pontos base. Ao contrário do registado nas últimas sessões, a "yield" das bunds alemãs a 10 anos está a recuar 3 pontos base para 0,85%.


Também as obrigações soberanas espanholas e italianas estão esta sexta-feira em forte queda, em linha com o movimento registado pelos títulos de Portugal. Uma tendência que os analistas citados pela Bloomberg justificam com o agravar das tensões entre os credores e o Governo grego, o que aumenta as possibilidades de não existir um acordo a tempo de Atenas receber o financiamento que lhe permita reembolsar o FMI.

Depois de ontem o FMI ter abandonado as negociações ao nível técnico com Atenas, esta sexta-feira o jornal alemão Bild e a Reuters avançam que as autoridades europeias estarão a preparar um plano B para lidar com um eventual incumprimento da Grécia.

"Parece estar a haver um endurecimento de posições, em particular na Alemanha. Estamos cada vez mais perto da altura em que a Grécia terá que tomar uma decisão", afirmou um analisa do Rabobank à Bloomberg, referindo-se à possibilidade de Atenas aceitar as condições dos credores ou então entrar em incumprimento".

Esta maior instabilidade na Grécia justifica assim o dia de quedas nos mercados accionistas europeus e forte subida nos juros da dívida dos periféricos. A "yield" das obrigações espanholas a 10 anos avança 15 pontos base para 2,28% e nos títulos italianos com a mesma maturidade a subida é de 12 pontos base para 2,26%.

O "spread" da dívida de ambos os países está a agravar-se para níveis em redor de 140 pontos base. Apesar de os receios com a Grécia justificarem este aumento, os analistas destacam que o contágio grego à periferia não é muito preocupante. "O aumento das tensões na Grécia deve gerar alguma pressão na periferia, mas o ambiente é hoje mais amigável do que no passado", comentou à Bloomberg Luca Cazzulani, do italiano UniCredit.  

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