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Juros a dez anos em mínimos de cinco semanas à espera da DBRS

A dois dias de ser conhecido o veredicto da DBRS sobre o rating de Portugal, os juros da dívida a dez anos estão a cair pela quinta sessão consecutiva para o valor mais baixo desde 13 de Setembro.

Miguel Baltazar
19 de Outubro de 2016 às 10:47
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Os juros da dívida portuguesa estão a cair em todas as maturidades esta quarta-feira, 19 de Outubro, dia em que o IGCP voltou ao mercado para um leilão de bilhetes do Tesouro, e em vésperas de ser conhecido o "veredicto" da DBRS sobre o rating nacional.

Naquela que é a quinta sessão consecutiva de alívio, a ‘yield’ associada às obrigações portuguesas a dez anos desce 4,1 pontos base para 3,204%, o valor mais baixo desde 13 de Setembro. A cinco anos, a queda é de 3,2 pontos base para 1,781%.

Portugal está a acompanhar a tendência que se estende à generalidade dos países da Zona Euro, embora, por cá, as quedas sejam mais pronunciadas.

Em Espanha, os juros das obrigações a dez anos descem 1,1 pontos base para 1,088% e em Itália recuam 0,9 pontos para 1,372%. Já os juros das bunds alemãs aliviam 0,7 pontos para 0,029%.

Dado que a queda dos juros portugueses é mais acentuada do que a dos alemães, também o risco da dívida de Portugal está mais baixo esta quarta-feira. Desce 3,3 pontos para 314,9 pontos, o valor mais baixo desde 12 de Setembro.

Esta evolução acontece depois de o Governo ter apresentado as propostas de Orçamento para 2017, na passada sexta-feira, e a dois dias de a agência canadiana se pronunciar sobre o rating de Portugal.   

A DBRS é a única das quatro agências de notação financeira internacionais que coloca a dívida portuguesa num patamar de investimento, com as restantes – S&P, Moody’s e Fitch – a considerarem as obrigações nacionais como um investimento especulativo.

Assim, o "veredicto" da DBRS é aguardado com muita expectativa já que uma revisão em baixa pode ameaçar a elegibilidade da dívida nacional para o programa de compras do Banco Central Europeu (BCE). 

 

Há cerca de duas semanas, o economista-chefe da DBRS, Fergus McCormick, disse ao Financial Times que a economia portuguesa está presa num "ciclo vicioso" de dívida elevada, baixo crescimento e adiamento de reformas económicas.

 

Quatro dias depois, o ministro das Finanças Mário Centeno mostrou-se confiante que a agência de rating vai manter a nota de Portugal, já que se sente "muito confortável sobre a posição orçamental" portuguesa, que considerou "muito forte".

 

Em declarações à agência Bloomberg, depois de um encontro com a agência de notação financeira, o ministro das Finanças referiu que "a expectativa é que não irão mudar o ‘outlook’ ou a notação" na avaliação que será divulgada esta sexta-feira. 

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