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Juros a 10 anos superam 3% pela primeira vez desde Julho

A taxa de juro associada às obrigações de dívida portuguesa está a negociar acima do limiar dos 3% pela primeira vez desde 29 de Julho e em máximos de 28 do mesmo mês.

19 de Agosto de 2016 às 13:48
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Prossegue a recente tendência de subida dos juros da dívida pública portuguesa. À excepção do prazo a 12 meses, a taxa de juro associada às obrigações de dívida pública portuguesa segue em alta em todas as maturidades. A "yield" no prazo a 10 anos está a subir 8,5 pontos base para 2,992%, isto depois de já ter superado a barreira dos 3% pela primeira vez desde 29 de Julho.

 

A taxa de juro a 10 anos tocou mesmo nos 3,002%, a mais elevada desde 28 de Julho. É já o quarto dia consecutivo em que a dívida pública portuguesa negociada nos mercados secundários regista uma acentuada tendência de subida, isto depois de a agência de rating canadiana DBRS ter demonstrado preocupação face ao fraco crescimento da economia portuguesa no segundo trimestre.

 

Em entrevista concedida na passada terça-feira à agência Reuters, o responsável pela análise de ratings soberanos da agência canadiana, Fergus McCormick, afirmou que o crescimento de 0,2% do PIB português no segundo trimestre e os sinais de estagnação económica "reforçaram as nossas preocupações acerca das perspectivas de crescimento, que parecem estar a abrandar no terceiro trimestre". McCormick acrescentou ainda que estes dados colocavam sobre pressão a avaliação da agência canadiana ao rating da República portuguesa.

 

Na sequência desta entrevista, os juros da dívida pública lusa dispararam, com a taxa de juro a 10 anos a subir um máximo de 16,1 pontos base. E apesar no dia seguinte, quarta-feira, 17 de Agosto, o mesmo responsável ter vindo colocar água na fervura dizendo que a DBRS permanecia "confortável com o actual nível" de notação financeira atribuído a Portugal, a verdade é que os investidores continuam a ter de pagar mais para adquirirem obrigações de dívida portuguesa.

 

A DBRS é a única das quatro principais agências de rating internacionais que mantém uma classificação de grau de investimento à dívida portuguesa, às quais o Banco Central Europeu (BCE) recorre para avaliar a dívida pública dos países. No final de Outubro a DBRS volta a pronunciar-se sobre o rating de Portugal, sendo que se baixar a notação financeira do país o BCE fica impedido de comprar dívida no âmbito do programa de compra de activos de 1,7 biliões de euros.

Nos restantes países periféricos da Zona Euro não se verifica uma tendência comum. Se as obrigações a 10 anos de Itália e de Espanha seguem em queda, com a dívida transalpina a subir 3,9 pontos base para 1,114% e a espanhola a crescer 1,9 pontos para 0,935%, a "yield" associada à dívida pública grega a 10 anos está a recuar 1,6 pontos base para 8,038%.

Esta sexta-feira está agendada uma possível revisão do rating de Portugal pela agência Fitch, que no entanto deverá deixar inalterada a sua notação financeira sobre a dívida soberana lusa.

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