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Juros de Portugal sobem após alerta da DBRS

As taxas de juro implícitas na dívida portuguesa voltaram a negociar acima dos 2,8%, registando a maior subida desde o Brexit, depois de a DBRS ter deixado alguns alertas sobre a evolução da economia e o seu impacto no "rating" do país.

1 de Abril de 2011-  Fitch corta 'rating' de Portugal em três níveis para próximo de 'lixo', de 'A-' para 'BBB-'. Quatro dias depois a Moody’s reduz a notação financeira do país para Baa1 e admite voltar a cortar.
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A taxa de juro implícita na dívida de Portugal a 10 anos está a subir 14,8 pontos base para 2,840%, depois de esta manhã ter chegado a renovar o mínimo de Janeiro, ao negociar nos 2,673%. A "yield" da dívida chegou a subir 16,1 pontos, o que corresponde à maior subida desde 24 de Junho, dia que se seguiu ao referendo no Reino Unido, que ditou o sim do Brexit.

 

Esta subida surge depois de o responsável pela análise de ratings soberanos da DBRS ter dado uma entrevista à Reuters onde diz que o baixo crescimento económico de Portugal pressiona a notação financeira do país.

 

Fergus McCormick afirma que "as pressões parecem aumentar", apesar do rating de Portugal continuar com uma perspectiva "estável". As palavras do analista surgem depois de na sexta-feira, 12 de Agosto, ter sido revelado que o produto interno bruto (PIB) de Portugal cresceu 0,8% no segundo trimestre, quando comparado com igual período do ano passado, e 0,2%, quando comparado com o primeiro trimestre.

 

Estes números levam a que Portugal possa crescer menos de 1% este ano, desacelerando face aos 1,5% do ano anterior e ficando distante da previsão do Governo de um crescimento de 1,8% inscrita no Orçamento do Estado e no Programa de Estabilidade.

Para a DBRS o baixo crescimento da economia portuguesa e os elevados níveis de dívida pública e privada, a que se juntam ainda as dificuldades da banca nacional, estão a contribuir para o elevar da pressão sobre Portugal. 

 

As declarações do responsável da DBRS assumem uma importância maior porque esta é a única das quatro agências de rating a que o Banco Central Europeu (BCE) recorre para avaliar a dívida pública dos países que atribui grau de investimento à dívida portuguesa. Ou seja, é a única que não tem um rating de "lixo". Caso retire Portugal deste grau, o BCE deixa de poder comprar dívida soberana no âmbito do programa de compra de activos de 1,7 biliões de euros.

 

A DBRS tem uma notação financeira de "BBB" (baixo) [qualidade de crédito adequada, que é o último nível da categoria de investimento] para Portugal, e voltará a emitir uma nota em Outubro, altura em que vai rever a avaliação. Esta avaliação será publicada uma semana depois de o Governo português enviar para Bruxelas o plano orçamental para 2017 bem como um conjunto de medidas que permitam, nos próximos anos, manter de forma sustentável o défice orçamental abaixo do limite de 3% do PIB.

(Notícia actualizada às 17:14 com dados de juros mais recentes)

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