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Juros portugueses voltam a subir em dia de leilão

As taxas de juro implícitas da dívida portuguesa voltaram a subir, no dia em que o IGCP tenta financiar até mil milhões de euros em dívida de curto prazo. Os juros continuam a reflectir o alerta da DBRS.

Bloomberg
17 de Agosto de 2016 às 09:44
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A taxa de juro implícita na dívida portuguesa a 10 anos está a subir 4,3 pontos base para 2,883%, tendo ontem subido quase 15 pontos base, naquela que foi a subida mais acentuada desde o Brexit.

 

Em sentido contrário está a dívida alemã, com as bunds a 10 anos a descerem 1,3 pontos para -0,043%, elevando para mais de 290 pontos base o "spread" da dívida portuguesa face à alemã (a referência).

 

Os juros da dívida nacional sobem assim pelo segundo dia consecutivo, depois de ontem terem registado a maior subida desde o dia 24 de Junho, um dia depois do referendo que ditou o sim da saída do Reino Unido da União Europeia.

 

A contribuir para esta subida esteve essencialmente as declarações do responsável pela análise de ratings soberanos da DBRS, em entrevista à Reuters . Fergus McCormick afirmou que "as pressões [sobre o rating português] parecem aumentar", apesar do rating de Portugal continuar com uma perspectiva "estável". As palavras do analista surgem depois de na sexta-feira, 12 de Agosto, ter sido revelado que o produto interno bruto (PIB) de Portugal cresceu 0,8% no segundo trimestre, quando comparado com igual período do ano passado, e 0,2%, quando comparado com o primeiro trimestre.

 

Estes números levam a que Portugal possa crescer menos de 1% este ano, desacelerando face aos 1,5% do ano anterior e ficando distante da previsão do Governo de um crescimento de 1,8% inscrita no Orçamento do Estado e no Programa de Estabilidade.

 

Para a DBRS o baixo crescimento da economia portuguesa e os elevados níveis de dívida pública e privada, a que se juntam ainda as dificuldades da banca nacional, estão a contribuir para o elevar da pressão sobre Portugal. 

 

As declarações do responsável da DBRS assumem uma importância maior porque esta é a única das quatro agências de rating a que o Banco Central Europeu (BCE) recorre para avaliar a dívida pública dos países que atribui grau de investimento à dívida portuguesa. Ou seja, é a única que não tem um rating de "lixo". Caso retire Portugal deste grau, o BCE deixa de poder comprar dívida soberana no âmbito do programa de compra de activos de 1,7 biliões de euros.

 

A sessão desta quarta-feira, 17 de Agosto, será ainda marcada pelo duplo leilão do IGCP, que vai tentar angariar até mil milhões de euros a curto prazo. 

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