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Portugal vende dívida com juro mais baixo de sempre

O instituto liderado por Cristina Casalinho colocou 400 milhões de euros em títulos a três meses e 900 milhões em dívida a 11 meses. Mas o destaque vai para a maturidade mais curta, na qual o Tesouro registou a taxa de juro mais baixa de sempre: -0,108%.

Pedro Elias
17 de Agosto de 2016 às 10:45
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Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) concluiu esta quarta-feira, 17 de Agosto, um duplo leilão de bilhetes do Tesouro (BT) a três e 11 meses. O destaque vai para os títulos de mais curto prazo, já que alcançaram a taxa de juro mais baixa de sempre: -0,108%. Isto numa operação em que o instituto liderado por Cristina Casalinho (na foto) colocou um montante superior ao previsto.

Num ano marcado por acentuadas oscilações nos juros da dívida, as taxas negativas têm sido menos frequentes nos leilões de bilhetes do Tesouro (BT). No entanto, naquela que foi a oitava dupla operação do ano, o IGCP voltou a registar um novo mínimo histórico. Em causa está a taxa média de -0,108%, que o Tesouro pagará pelos 400 milhões de euros que colocou em dívida a três meses. O anterior mínimo de -0,023% remonta a Dezembro de 2015.

A contribuir para taxa de juro baixa esteve a forte procura dos investidores. É que as licitações totais por estes títulos ascenderam a 785 milhões de euros, um montante cerca de 1,96 vezes acima da oferta. Superior foi ainda a procura registada pelos títulos a 11 meses, já que o rácio de procura face à oferta ascendeu a 2,31 vezes. Um valor que traduz as ofertas de 2.078 milhões, bem acima dos 900 milhões colocados pelo Tesouro.

Apesar de não ser um novo mínimo histórico, a taxa de juro alcançada nestes títulos também é de destacar. Ficou pelos 0,007%, apenas ligeiramente acima dos 0,006% alcançados em Outubro passado e que figuram como o actual mínimo histórico para esta maturidade. Na altura, o instituto liderado por Cristina Casalinho vendeu 1,1 mil milhões de títulos a 11 meses.

Feitas as contas, o Tesouro angariou com estas duas linhas de BT um total de 1,3 mil milhões de euros. Um montante que fica acima do limite máximo indicativo para a operação, fixado nos mil milhões de euros. Desta foirma, o IGCP já angariou este ano um total de 11,66 mil milhões de euros com dívida de curto prazo.

"Os leilões de hoje foram positivos para o país que voltou, mais uma vez, a baixar o custo médio da dívida", destaca Filipe Silva. Segundo o director da gestão de activos do Banco Carregosa, "não verificámos qualquer interferência do alerta feito esta semana pela agência de rating canadiana DBRS à dívida portuguesa". E acrescenta que "o Estado aproveitou também a procura e as taxas favoráveis para emitir mais do que o previsto".


(Notícia actualizada às 11:25, acrescentando o comentário do Banco Carregosa)
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