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Portugal vende dívida com juro mais baixo de sempre
O instituto liderado por Cristina Casalinho colocou 400 milhões de euros em títulos a três meses e 900 milhões em dívida a 11 meses. Mas o destaque vai para a maturidade mais curta, na qual o Tesouro registou a taxa de juro mais baixa de sempre: -0,108%.
Num ano marcado por acentuadas oscilações nos juros da dívida, as taxas negativas têm sido menos frequentes nos leilões de bilhetes do Tesouro (BT). No entanto, naquela que foi a oitava dupla operação do ano, o IGCP voltou a registar um novo mínimo histórico. Em causa está a taxa média de -0,108%, que o Tesouro pagará pelos 400 milhões de euros que colocou em dívida a três meses. O anterior mínimo de -0,023% remonta a Dezembro de 2015.
A contribuir para taxa de juro baixa esteve a forte procura dos investidores. É que as licitações totais por estes títulos ascenderam a 785 milhões de euros, um montante cerca de 1,96 vezes acima da oferta. Superior foi ainda a procura registada pelos títulos a 11 meses, já que o rácio de procura face à oferta ascendeu a 2,31 vezes. Um valor que traduz as ofertas de 2.078 milhões, bem acima dos 900 milhões colocados pelo Tesouro.
Apesar de não ser um novo mínimo histórico, a taxa de juro alcançada nestes títulos também é de destacar. Ficou pelos 0,007%, apenas ligeiramente acima dos 0,006% alcançados em Outubro passado e que figuram como o actual mínimo histórico para esta maturidade. Na altura, o instituto liderado por Cristina Casalinho vendeu 1,1 mil milhões de títulos a 11 meses.
Feitas as contas, o Tesouro angariou com estas duas linhas de BT um total de 1,3 mil milhões de euros. Um montante que fica acima do limite máximo indicativo para a operação, fixado nos mil milhões de euros. Desta foirma, o IGCP já angariou este ano um total de 11,66 mil milhões de euros com dívida de curto prazo.
"Os leilões de hoje foram positivos para o país que voltou, mais uma vez, a baixar o custo médio da dívida", destaca Filipe Silva. Segundo o director da gestão de activos do Banco Carregosa, "não verificámos qualquer interferência do alerta feito esta semana pela agência de rating canadiana DBRS à dívida portuguesa". E acrescenta que "o Estado aproveitou também a procura e as taxas favoráveis para emitir mais do que o previsto".
(Notícia actualizada às 11:25, acrescentando o comentário do Banco Carregosa)